Mais de 700 cidadãos de 15 países assinaram uma carta para pedir ao Presidente russo uma avaliação das condições em que vive Alexandra Tsiklauri, a menina que o Tribunal de Guimarães retirou à família de acolhimento portuguesa.
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Entre os signatários da carta dirigida a Dmitri Medvedev estão cidadãos da Rússia, Portugal, Estados Unidos, Espanha, Brasil, Canadá, Israel, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Luxemburgo, Moldávia, Ucrânia, República Checa, Suécia e Bélgica.
Depois de relataram todo o processo jurídico que antecedeu o envio da menina para a Rússia, os autores da carta, iniciativa do Comité de Pais de São Petersburgo de apoio a Alexandra, chamam a atenção para as condições difíceis em que vive na à vila de Pretchistoe.
"A nova pátria de Sandra é o fumo de tabaco, parentes embriagados, pancadaria, uma casa suja e não arrumada. Na família ninguém trabalha além da avó... A própria Natália [mãe de Alexandra] recusou todas as propostas de emprego", lê-se na missiva a que a Lusa teve acesso.
"Nos últimos meses, Natália Zarubina foi alvo de medidas administrativas devido a comportamento ilegal. Em casa, ela e os parentes encontram-se, frequentemente, embriagados, o consumo em casa de bebidas alcoólicas é acompanhado de escândalos, deboches, e tudo isso aos olhos da menina", continuam os autores da mensagem.
Depois de enumerarem uma longa lista de faltas cometidas pela mãe biológica de Alexandra, todas elas fixadas pelas autoridades locais, os assinantes da carta a Medvedev concluem que "a mãe não é capaz de se preocupar com a saúde da criança, o desenvolvimento moral, físico, psíquico e espiritual da nova cidadã russa".
"Pedimos-lhe que envie à vila de Pretchistoe uma comissão especial para esclarecer como é que são cumpridos os compromissos assumidos pelo Estado Russo, dados no tribunal pelo seu representante oficial (o cônsul da Rússia em Portugal), se são cumpridas as garantias fundamentais dos direitos da criança, se a situação em que a nossa pequena concidadã corresponde aos altos interesses da criança", pedem os assinantes.
"Pedimos que nos comunique que medidas planeia tomar ou quais as que já foram tomadas para que a Rússia cumpra os seus compromissos", concluem.
Zinaída Uzdenskaya, uma das organizadoras desta carta, declarou à Lusa por telefone que, em Agosto, foi enviada uma carta ao Presidente Medvedev, tendo este respondido que ela seria transmitida aos órgãos competentes.