O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacou hoje no seu discurso na Rio+20 a necessidade de se criarem fontes de financiamento para a implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
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"Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) sozinhos não são a resposta. O financiamento público e privado e a competência das empresas devem caminhar de mãos dadas no estabelecimento de estratégias de financiamento adequadas", afirmou.
Durante as negociações do documento final, uma proposta para a criação de um fundo para o desenvolvimento sustentável chegou a ser sugerida, mas foi retirada do texto por falta de consenso entre os países.
Barroso defendeu a necessidade de se alterarem os padrões de produção e consumo e saudou "calorosamente" a inclusão no texto final do reconhecimento da "economia verde" como uma das formas de se alcançar o desenvolvimento sustentável.
"Saúdo calorosamente o facto de a Conferência ter reconhecido que a economia verde vai aumentar a nossa capacidade de gerir os recursos naturais de forma sustentável e com menores impactos ambientais e maior eficiência dos recursos. Esse é um primeiro passo importante na direção certa", elogiou.
Durão Barroso recordou ainda que há 20 anos participou da Cimeira da Terra como Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e que, nessa altura, uma menina canadiana "calou" o mundo por seis minutos ao recordar aos líderes mundiais que "estamos todos juntos" e devemos agir como um "único mundo".
"Vinte anos depois, estou aqui novamente, desta vez como Presidente da Comissão Europeia para confirmar o compromisso expresso da Europa com o desenvolvimento sustentável e para vos apresentar uma visão comum e uma agenda para a mudança", completou.
A Cimeira de Alto Nível da Rio+20 foi hoje inaugurada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que nomeou o Brasil como presidente da conferência.
Em seguida, a presidente brasileira, Dilma Rousseff, apelou aos países em crise para não deixarem o mau momento levá-los a priorizar os problemas internos e a reduzir o compromisso com a agenda internacional.