Nuno Artur Silva, um dos novos administradores da RTP, considerou hoje que é possível rentabilizar "muito mais" o centro de produção do Norte.
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O novo Conselho de Administração da RTP, composto por Gonçalo Reis (presidente), Nuno Artur Silva (vogal) e Cristina Vaz Tomé (vogal com pelouro financeiro), foi hoje ouvido na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, depois da audição do presidente do Conselho Geral Independente (CGI), António Feijó.
"À partida posso dizer que é possível rentabilizar muito mais [o centro de produção do Norte]", afirmou Nuno Artur Silva, adiantando que as opções que foram aplicadas "podem não ser as mais adequadas para essa rentabilização".
No entanto, esse tema ainda tem de ser analisado.
Sobre a RTP1, o administrador disse que este canal terá uma "lógica de maior universalidade", enquanto a RTP2 será mais "de nicho", em termos genéricos, já que os conteúdos serão definidos pelos diretores.
"Cabe à administração as linhas genéricas, quaisquer mudanças de fundo não são imediatas", apontou.
Na audição, Nuno Artur Silva defendeu que "não faz sentido" que o canal Memória "seja simplesmente um repositório" de todos os outros canais e considerou que a RTP Informação deve ter um "maior equilíbrio entre os vários temas", além do regional, como de "cultura, economia, internacional", nomeadamente a Europa.
"Claro que todos nós ambicionamos fortalecer a oferta de produção de ficção e documentários", afirmou, mas alertou que "isso custa mais dinheiro".
A nova administração ainda não tomou posse, pelo que ainda não dispõe de toda a informação necessária para avançar com o plano de transformação da RTP.
Em relação aos centros regionais dos Açores e da Madeira, Cristina Vaz Tomé adiantou que a nova administração ainda não conhece em detalhe a realidade, apenas a informação que é pública.
O objetivo será "ver e rentabilizar os ativos e tentar aproveitar ao máximo as estruturas que já existem, as competências das pessoas", adiantou a gestora.
O novo Conselho de Administração irá fazer "o ponto de situação, perceber quais as capacidades e o potencial que esses centros têm e isso será vertido no seu plano de transformação" da empresa, acrescentou.
Gonçalo Reis adiantou que a administração revê-se no texto do contrato de concessão de serviço público de rádio e de televisão, salientando que o Projeto Estratégico foi feito "tendo esse documento como enquadramento".
"Estamos completamente enquadrados" com o novo contrato de concessão, disse o novo presidente da RTP.
Sobre as emissões em onda curta, Gonçalo Reis disse saber que a operação foi descontinuada pela RTP.
"Julgo que é um dever genérico assegurar a distribuição dos conteúdos, mesmo que seja para públicos distantes. De certeza que houve um racional, vamos analisar, somos sensíveis ao tema", mas "não nos podemos comprometer" sobre a onda curta, acrescentou.
"Julgo que em anteriores encarnações não descontinuámos a onda curta", comentou.
Em relação à televisão digital terrestre (TDT), "também vamos ter de fazer a fotografia", acrescentou o gestor.
Sobre o Acordo de Empresa (AE) negociado com a administração cessante, Gonçalo Reis disse que o tema também tem de ser aprofundado.
"Estamos a fazer nestes dias passagem de pastas e ainda não temos a fotografia feita, ainda não nos reunimos com os sindicatos e trabalhadores", afirmou.
A nova administração irá reunir-se com as direções, sindicatos e trabalhadores para recolher contributos e inteirar-se detalhadamente da empresa.