Uma enfermeira que tratou a primeira paciente francesa com Ébola foi transferida esta quinta-feira para um hospital militar perto de Paris, com uma "febre suspeita", disse fonte próxima do caso citada pela agência France Presse.
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A enfermeira foi transportada para o hospital Begin, em Saint-Mande, esta tarde, por sofrer de uma febre alta e prolongada, acrescentou a fonte, que pediu o anonimato.
De acordo com várias fontes, que se escusaram a revelar a identidade, a enfermeira fazia parte da equipa do hospital que tratou uma enfermeira francesa que contraiu o mortal vírus do Ébola na Libéria enquanto trabalhava para os Médicos Sem Fronteiras.
A voluntária dos Médicos Sem Fronteiras regressou a França no mês passado e já recuperou.
Enquanto as preocupações com a nova suspeita ganhavam terreno esta quinta-feira, a ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, surgiu em tempo de antena para tentar acalmar os ânimos.
Escusou-se a comentar o caso suspeito, depois de, na semana passada, terem surgido vários falsos alarmes.
"Disse muito claramente que se houver um caso de Ébola em território francês, informaria a população imediatamente", afirmou à rádio RTL.
Touraine acrescentou que não queria contribuir para a ansiedade geral sobre a doença, que ressurgiu em África no início do ano e já matou 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné Conacri e Serra Leoa.
Casos de Ébola começaram já a surgir noutros países.
Nos Estados Unidos da América, dois funcionários hospitalares no Texas apresentaram testes positivos sobre a doença, depois de tratarem o paciente liberiano Eric Duncan, que morreu em Dallas, a 08 de outubro.
Uma enfermeira espanhola foi também infetada com o vírus mortal, depois de tratar um antigo missionário que contraiu ébola na Serra Leoa e morreu a 25 de setembro.
O ébola transmite-se através do contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada que tem febre, diarreia ou vómitos.
Vários países adotaram medidas de precaução.
França anunciou hoje que os médicos no principal aeroporto de Paris, Charles de Gaulle, devem verificar a temperatura dos passageiros chegados através dos voos diários que ainda operam para a capital da Guiné Conacri.
A França e a Cruz Vermelha vão também ajudar a Guiné Conacri a adotar medidas de controlo dos passageiros em Conacri.