A Entidade Reguladora, por unanimidade, recomendou "atribuir total autonomia aos diretores da RTP", na sequência de pedido de esclarecimentos sobre a aquisição da Liga dos Campeões pela RTP
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A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) votou esta tarde, garantem ao JN, "por unaminidade" a "atribuição de total autonomia aos diretores" de antena (informação e programação) no caso do pedido de esclarecimentos feitos por estes na sequência da tomada de posição do Conselho Geral Independente (CGI) relativamente à aquisição da Liga dos Campeões 2015/18. Ao que o JN apurou, os diretores estão a ser notificados da decisão.
No início desta semana, os diretores de informação da Televisão, José Manuel Portugal, e da Rádio, Fausto Coutinho, e os diretores de programas da RTP1, Hugo Andrade, da RTP2, Elísio Oliveira, e rádio, Rui Pêgo, tinham elaborado um pedido de esclarecimento ao regulador "sobre aquilo que pode consubstanciar uma eventual violação da autonomia editorial" dos diretores da RTP.
Uma tomada de posição que surgiu após o segundo "chumbo" do CGI, organismo de supervisão e fiscalização da administração da RTP e do contrato de concessão, ao plano estratégico de 2015 apresentado pela equipa de Alberto da Ponte. No documento, o órgão presidido por António Feijó acusava a administração de ter violado o princípio da lealdade institucional e dever de colaboração com o órgão supervisor por não ter informado, em devido tempo, a aquisição dos direitos da Liga dos Campeões de futebol. Este órgão lembrava que "apenas tomou conhecimento desta proposta em 20 de novembro de 2014 pela imprensa, tendo a proposta final sido assinada pelo CA em 10 de novembro de 2014".
Em reação ao chumbo, a equipa de Alberto da Ponte - que agora espera que governo convoque Assembleia Geral onde deverá formalizar a destituição do Conselho de Administração, a pedido do CGI - enviava, na terça-feira passada, um comunicado às redações no qual reagia à questão da Liga dos Campeões remetendo responsabilidades para os diretores. A candidatura foi feita sob proposta dos diretores no âmbito da sua responsabilidade editorial, aprovada no respeito total das projeções financeiras para a empresa tal como previstas no novo Contrato de Concessão até 2019, e no estrito cumprimento da autonomia de gestão do CA bem como das responsabilidades inerentes a este órgão", lia-se no documento. O CA afirmava ainda que "a decisão"correspondia "ao melhor interesse da RTP"