Feridos serão ouvidos como testemunhas antes de eventual transferência para Portugal
Os seis portugueses feridos no acidente de sábado no túnel de Dos Valires, em Andorra, terão que ser ouvidos pelas autoridades no âmbito do processo de investigação ao sinistro, confirmaram fontes do Governo local.
Corpo do artigo
"Naturalmente, como é normal em processos deste tipo, serão recolhidos testemunhos dos trabalhadores para o processo de investigação", disse à Lusa fonte do Governo de Andorra.
No decurso da investigação, deverão ser ainda ouvidos outros trabalhadores que estavam na obra na altura do acidente, responsáveis das empresas envolvidas na construção - uma "União Temporal de Empresas" (UTE) constituída para esta obra - e ainda especialistas de segurança laboral.
Ao mesmo tempo, serão também recolhidas eventuais provas periciais no decurso da remoção dos escombros do local do acidente e no processo para resgatar os corpos dos quatros trabalhadores portugueses que ali permanecem.
Os primeiros relatórios preliminares do acidente deverão ser analisados na quarta-feira numa reunião do Conselho de Ministros andorrenho.
A grua que irá ajudar no resgate dos corpos, e que está agora a ser montada no local - onde chegou hoje de manhã - deverá numa primeira fase procurar remover o máximo possível dos escombros e da estrutura.
As autoridades admitem ainda algum receio sobre eventuais desabamentos adicionais da estrutura, que manifesta alguma fragilidade, pelo que não querem correr qualquer risco com as equipas que trabalham no local.
Recorde-se que o acidente de sábado, que ocorreu quando estavam no local cerca de 60 trabalhadores, causou cinco mortos e seis feridos, todos portugueses.
Quatro dos trabalhadores morreram soterrados no local e um quinto morreu no hospital depois de uma longa operação de resgate, que durou mais de 13 horas.
O operário acabou por não conseguir recuperar da hipotermia e dos ferimentos causados pelo desabamento.
Cinco dos feridos continuam no hospital de Andorra e um sexto foi transferido para um hospital em Barcelona. Todos eles estão livres de perigo, tendo alguns manifestado desejo de voltar a Portugal rapidamente.
Recorde-se que duas das vítimas mortais eram portugueses que residiam em Andorra e que as restantes três vítimas mortais e os feridos tinham viajado de Portugal para obras em Espanha e Andorra.
Contactado hoje de manhã pela Lusa, o conselheiro da Comunidade Portuguesa em Andorra, José Manuel Silva, referiu que a situação dos feridos continua estável, apresentando melhoras.