O incêndio que lavra desde o início da tarde em Castanheira de Pêra alastrou para o concelho de Pedrógão Grande. Populações de várias aldeias viveram momentos de aflição durante a noite e o início da madrugada.
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As populações de várias aldeias do concelho de Castanheira de Pêra viveram momentos de grande aflição durante a noite de quarta-feira e a madrugada desta quinta. Um incêndio de grandes proporções, o maior dos últimos 19 anos, chegou a ameaçar as povoações de Botelhas, Pisão, Pêra e Coentral.
Às quatro da madrugada, as pessoas estavam na rua, vigilantes. O fogo, com três frentes e corrido por vento forte, alastrou rapidamente e passou para Pedrógão Grande, sem ameaçar qualquer habitação.
A madrugada amena, com cerca de 20 graus nos termómetros às 4 da manhã, ajudou à propagação do fogo, que mobilizava, a esta hora, mais de 350 bombeiros, apoiados por cerca de 100 viaturas.
O autarca de Castanheira de Pêra, Fernando Lopes, revelou que os bombeiros conseguiram proteger as casas e a população de Palheira e Torgal, que se encontravam ameaçadas pelo fogo ao início da noite.
"Para já a situação que nos preocupava mais, que eram as aldeias, parece completamente controlada, mas a verdade é que o vento tem dificultado o combate e há alguma indefinição", admitiu Fernando Lopes, adiantando que o incêndio "pode entrar ainda no concelho de Góis".
O presidente da Câmara de Pedrógão Grande disse à Lusa que a situação "é preocupante" e que as chamas estão a consumir no concelho uma encosta junto ao lugar de Vale da Ponte.
"Trata-se da zona mais montanhosa de Pedrógão Grande, com predominância de eucalipto. Existem naquela área algumas casas isoladas, onde já se encontram bombeiros e viaturas", adiantou João Marques.
O autarca sublinhou que, apesar de não existir, "para já, perigo iminente", preocupa-o a dimensão da frente de fogo activa e a imprevisibilidade do vento, "que pode mudar o cenário a qualquer instante".
Ao início da noite o comandante dos Bombeiros Voluntários de Castanheira de Pêra informou que uma viatura de comando ardera, mas salientou o facto de não existirem quaisquer feridos a lamentar.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) estão envolvidos no combate às chamas 307 bombeiros, 28 elementos do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro da GNR e cinco sapadores florestais, entre outros, num total de 361 operacionais, apoiados por 102 viaturas.
* Com Lusa