A Fenprof saiu, esta quinta-feira, do Ministério da Educação sem ter chegado a acordo com o Governo sobre mobilidade especial e horário de trabalho, mas com a informação de que o regime de mobilidade só avança em fevereiro de 2014.
Corpo do artigo
"A proposta é para a mobilidade avançar só no dia 1 de fevereiro, é verdade, mas também é verdade que desde o início foram encurtando o tempo de permanência na mobilidade especial. Quando nós começámos os professores só terminavam o tempo de mobilidade especial a 1 de março de 2015, agora que adiaram a entrada cinco ou seis meses, vão terminar um mês mais cedo, ou seja, é o despedimento", disse o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof).
Mário Nogueira falava à saída da reunião com o secretário de Estado da Administração Escolar, Casanova de Almeida, e com o Secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, que hoje decorreu nas instalações do Ministério da Educação e Ciência (MEC) no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, para negociar as novas regras aplicáveis à função pública.
A Fenprof saiu da reunião sem ter chegado a um entendimento com o Governo e deverá regressar ao ministério às 19.45 horas para receber em mãos a proposta final do executivo.
"Não nos pareceu que fosse uma reunião. Fomos convidados a passar cá às 19.45 horas para receber a versão final do ministério e viremos cá, até porque temos medo que aconteça como aconteceu com o despacho de organização do ano letivo. Se não o viermos cá buscar, temos que o pedir aos senhores jornalistas", disse Mário Nogueira.
O líder da Fenprof reiterou que os professores não vão aceitar os termos propostos pelo MEC e que a greve se mantém, mas, sublinhou, sem objetivos de prejudicar os alunos.
"Não foi por acaso que os sindicatos não colocaram uma greve aos exames, há apenas um dia que coincide, e só por teimosia é que até agora o ministério não alterou esse dia. Esta greve não é para andar a perseguir o exame dos alunos, é uma greve de todos os professores e o MEC em vez de andar tão preocupado, como tem andado, a falar nos serviços mínimos ou se há requisição civil, deveria ter-se preocupado em resolver o problema que levou à marcação da greve ou encontrar forma para a deslocação do dia do exame", declarou.
Ainda que considere "pouco provável", Mário Nogueira admitiu que a Fenprof pode vir a pedir um período de negociação suplementar.
"Se por acaso decidíssemos - provavelmente não, vamos ainda ver - requerer a negociação suplementar, temos cinco dias úteis para tomar a decisão. Não sei se vale a pena, a inflexibilidade é de tal ordem, que não sei se vale a pena voltarmos aqui", disse.
Os sindicatos de professores que se deslocaram ao Ministério da Educação para tentar negociar a chamada mobilidade especial regressam à mesa negocial pelas 20 horas, para uma tentativa de acordo que evite a greve.
A Pró-Ordem é recebida às 20 horas e a FENEI (Federação Nacional do Ensino e Investigação) às 20:15.
Os professores têm uma greve marcada ao serviço de avaliações a 7, 11, 12, 13 e 14 de junho e aos exames a 17 de junho.
O receio de que o regime de mobilidade especial os leve ao desemprego e o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais são os principais pontos de discórdia.