O Governo moçambicano ativou um plano de contingência contra a epidemia de Ébola e que prevê o reforço da vigilância nas fronteiras do país e a preparação dos profissionais de saúde para eventuais casos.
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Além de preparar o Serviço Nacional de Saúde para um eventual caso de Ébola, as autoridades moçambicanas estão a reforçar a vigilância nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas. À chegada a Moçambique, cada viajante é questionado sobre o país de procedência e escalas realizadas e presença de sintomas que podem estar relacionados com a doença.
Segundo o Ministério da Saúde, estão a ser criadas condições para estes procedimentos nos aeroportos internacionais de Maputo, Inhambane/Vilanculos, Beira, Nampula e Pemba, bem como nas fronteiras terrestres nas províncias de Niassa, Cabo Delgado, Tete, Gaza e Maputo.
Nestes locais, deverão ainda ser colocados cartazes com indicações para os viajantes sobre os procedimentos a que serão sujeitos à entrada em Moçambique e disponibilizada uma ambulância especialmente equipada para o transporte de casos suspeitos para as unidades de referência.
Também nos portos está previsto que todos os marinheiros de barcos internacionais sejam controlados à chegada pelas autoridades moçambicanas.
Entre as medidas de prevenção contam-se ainda o aprovisionamento de equipamentos, materiais e medicamentos de suporte, treino do pessoal de saúde (clínico e de saúde pública) e do pessoal de laboratório, para a colheita e transporte de amostras, e informação ao público sobre as formas de transmissão e prevenção do Ébola.
O plano prevê ainda a resposta ao eventual surgimento de um caso suspeito ou de um caso confirmado e que contempla a educação da comunidade sobre o modo de transmissão da doença e o controlo da infeção em casa e durante os funerais. Todas as províncias moçambicanas, segundo o Ministério de Saúde, foram instruídas para preparar unidades de isolamento, aproveitando, em muitos casos, infraestruturas usadas anteriormente nos surtos de cólera.
A unidade de isolamento em Maputo pertence ao Hospital Geral de Malavane, segundo a informação disponibilizada pelas autoridades moçambicanas. O vírus Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou animais infetados.
A epidemia de Ébola, que afeta a região da África Ocidental, já fez mais de mil mortos, em 1.848 casos suspeitos, de acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde, atualizado na noite de segunda-feira.