A adesão à greve dos trabalhadores não docentes "deverá ser elevada", com centenas de escolas fechadas em todo o país e mais de uma dezena em Lisboa, disse fonte sindical. No Porto e Aveiro há também alunos sem aulas.
Corpo do artigo
"Ainda estamos a reunir informação pelo país. É cedo para avançar com números, mas as nossas estimativas são boas. Centenas de escolas estão fechadas por todo o país", disse à agência Lusa o coordenador o coordenador deste setor na Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, Artur Sequeira.
"A grande maioria das escolas, pelo menos aqui no distrito do Porto, mas acredito que em Braga, por exemplo, aconteça a mesma coisa, vão estar encerradas, ou então com imensas dificuldades em trabalhar", disse à Lusa Lurdes Ribeiro, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais.
Por exemplo, a Escola Básica e Secundária do Cerco, no Porto, não abriu esta manhã por falta de funcionários. "Não estão reunidas as condições de segurança", lê-se num aviso colocado à entrada daquele estabelecimento de ensino.
Em Aveiro, das três escolas secundárias da cidade, uma está fechada. Na José Estêvão compareceu apenas um trabalhador do quadro de funcionários, o que se revelou insuficiente para garantir as condições de funcionamento daquele estabelecimento.
No mesmo agrupamento escolar, a EB2-3 de São Bernardo também está fechada, porque só dois funcionários se apresentaram ao trabalho.
Nas outras duas secundárias aveirenses, Homem Cristo e Mário Sacramento, as aulas decorrem dentro do normal, apurou a reportagem do JN.
Na cidade de Braga, o Jornal de Notícias não encontrou escolas secundárias fechadas. Faltam alguns funcionários, aqui e ali, mas a greve não chegou para fechar estabelecimentos de ensino.
Em declarações à Lusa, Artur Sequeira adiantou que em Lisboa estão fechadas pelo menos as escolas básicas e secundárias Passos Manuel, Eugénia dos Santos, Francisco Arruda, de Telheiras, Padre António Vieira, Fernando Pessoa e Marquesa de Alorna.
"Em algumas escolas ainda estamos a confirmar se estão encerradas ou não, mas o número será superior a uma dezena em Lisboa", disse, remetendo para mais tarde dados "fidedignos" de adesão à paralisação.
O dirigente sindical disse ainda que se as reivindicações não forem atendidas, a federação vai desenvolver outras formas de luta, que podem passar por uma nova greve, por uma manifestação ou outras iniciativas.
A justificar a greve, os trabalhadores exigem a abertura de concursos para integrar funcionários que se encontram a exercer funções com caráter permanente e reclamam a valorização da carreira e da tabela salarial.
Os sindicatos denunciam que, paralelamente, são recrutados funcionários sem experiência de trabalho com crianças a 3,20 euros à hora, estando o setor a ser suportados por "milhares de trabalhadores precários".
Na quarta-feira, foi entregue no Ministério da Educação um abaixo-assinado com cerca de dez mil assinaturas.
Tal como reivindicavam foi já publicada uma portaria que atualiza os rácios de funcionários nas escolas, mas que, segundo os sindicatos, não resolve os problemas e "mantém uma lógica economicista".