Portugal será "voz global" e "sem agendas escondidas" no Conselho de Segurança da ONU
O presidente da República prometeu hoje, perante a Assembleia Geral da ONU, que Portugal será "uma voz global" e "sem agendas escondidas" se for eleito para um lugar de membro não-permanente no Conselho de Segurança em 2027-2028.
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"Estamos disponíveis para assumir responsabilidades acrescidas como uma voz global no Conselho de Segurança, com a experiência de um historial de serviço, com as lições aprendidas nas últimas décadas, com a proximidade a todos os Estados aqui representados, sem discriminações", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado falou em português e em inglês sobre a candidatura portuguesa a um dos lugares no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a eleger em 2026, aos quais a Alemanha e a Áustria também apresentaram candidaturas.
"Agiremos prevenindo, criando parcerias e protegendo, defendendo a reforma do Conselho de Segurança, tornando-o mais representativo e eficaz, refletindo a geopolítica do século XXI e não a de 1945", acrescentou.
Ausência do "mais poderoso do mundo" na mediação na Ucrânia e em Gaza
No seu discurso, de cerca de 20 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "as Nações Unidas enfrentam um momento existencial" e precisam de mudanças, mas nenhuma outra organização as poderá substituir: "Nenhum G1 nenhum G2, nenhum G3, nenhum G1+1, 1+2 ou 2+1 será uma alternativa".
"Basta pensar na situação na Ucrânia ou na situação no Médio Oriente. Na Ucrânia, há anos e agora há meses, há oito meses, está-se à espera mediação do mais poderoso do mundo. Temos um cessar-fogo? Não, não temos", apontou.
"No caso do Médio Oriente, esperámos, esperámos e esperámos pela intervenção do mais poderoso do mundo. Tivemos um cessar-fogo? Sem a intervenção multipolar e multilateral de tantos países, aqui, em Nova Iorque, com o reconhecimento da existência do Estado da Palestina - alguns europeus, outros não europeus - não mudaríamos tão cedo", acrescentou.