Hospital não detetou nenhuma anomalia na morte de idosa após longa espera na urgência
A administração do Hospital Garcia de Orta, em Almada, avançou, esta segunda-feira, que está a investigar a morte de uma idosa de 89 anos, no sábado, depois de esperar nove horas para ser atendida no serviço de urgência.
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O hospital de Almada, no distrito de Setúbal, avançou em comunicado que "já se encontra a investigar o sucedido", mas adiantou que, para já, não detetou nenhuma situação anómala.
"Após uma análise sumária e preliminar, podemos avançar que não foram detetadas quaisquer inconformidades no serviço prestado à senhora Maria Vitória, nem terá ocorrido qualquer situação anómala nos cuidados prestados", continua a nota.
Este é o segundo caso de morte no serviço de urgências do hospital, este ano, a merecer averiguação.
A Inspeção Geral das Atividades em Saúde está a acompanhar a investigação. Também o Ministério da Saúde revelou que estão a ser avaliadas as mortes, e garantiu que, se for o caso, serão apuradas as responsabilidades.
No dia 11 de janeiro, um homem com cerca de 60 anos também morreu no serviço de urgência do Garcia de Orta, depois de ter recebido uma pulseira amarela na triagem, e de ter ficado três horas à espera de atendimento médico.
A administração do hospital afirmou que levou a cabo uma investigação a este caso, o que permitiu concluir que "o doente padecia de uma doença grave, com vários dias de evolução, e o seu agravamento súbito, pelo caráter fulminante, tornou impossível qualquer procedimento em tempo útil que evitasse a morte".
De acordo com a administração do hospital, "o tempo de espera não influenciou o desfecho final, nem influenciaria mesmo que, em vez de ter esperado três horas, tivesse esperado apenas uma hora, de acordo com as recomendações da triagem de Manchester".
Numa nota enviada aos jornalistas, a secção regional do sul da Ordem dos Enfermeiros lamentou as mortes ocorridas, alertando para o possível agravamento do "caos vivido nas urgências durante a época festiva", devido à época alta da gripe.
Esta secção da Ordem dos Enfermeiros afirma ainda que esta situação "é de elevada relevância, sendo necessário assumir, com coragem, políticas concretas para esta área de atividade".