A praia de Moledo do Minho, em Caminha, corre o risco de, pela primeira vez nos últimos 12 anos, não ver hasteada a bandeira azul.
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"Existe um risco real de não hastear a bandeira azul em Moledo esta época balnear", sublinhou, em declarações à Lusa, o presidente do executivo municipal Miguel Alves.
A zona balnear de Moledo é um das mais procuradas do Norte do país.
A entrega e o hastear das bandeiras azuis iniciam-se a 1 de junho, com o início da época balnear, e haverá depois um calendário que varia de região para região.
A preocupação do autarca prende-se com o facto de ainda não terem começado as obras de reconstrução do paredão de Moledo, destruído em março última pelo avanço das águas do mar, de não estar concluída a obra de recomposição do cordão dunar e pela inexistência de um apoio de praia.
Miguel Alves queixou-se "dos sucessivos atrasos" que estas intervenções têm sofrido e disse ter recebido da sociedade Polis Litoral Norte a data de 16 de maio, como nova "previsão" do início destes trabalhos, que terão um prazo de execução de cerca de 30 dias.
"Compreendo que os procedimentos são pesados, que é necessário cumprir com as regras da contratação pública mas, se as obras não começam nessa data não podemos protelar esta situação. Tem que ser nesta data", afirmou.
Apesar do prazo apertado, Miguel Alves manifestou-se confiante de que "é possível" terminar os trabalhos a tempo da época balnear.
"Vou tomar esse prazo como o último. As obras têm que decorrer no período que medeia até ao início da época balnear", frisou.
Por causa dos estragos do último inverno, 12 praias, entre elas Moledo, que viram atribuída este ano a bandeira azul têm o galardão condicionado à realização de uma série de obras e outras intervenções relacionadas com o acesso, a segurança e os apoios de praia.
"Deixei claro à Polis Litoral Norte que não tolerarei mais atrasos nesta obra. As pessoas do meu concelho e a economia do município precisam de ter a praia em condições", sustentou.
A mesma exigência, garantiu, aplica-se a Vila Praia de Âncora e aos trabalhos para tentar devolver a foz natural ao rio Âncora, após a destruição da duna dos Caldeirões pela agitação marítima.
"A Polis Litoral Norte disse-me que a intervenção arranca no próximo dia 19. O objetivo é rasgar a zona de água estagnadas que, estão a começar a entrar em putrefação, de modo a que seja reconstituída a foz antiga do rio e que essas águas sigam o seu percurso até ao mar", adiantou.
Esta semana o presidente do Programa Bandeira Azul afirmou que está previsto um alargamento excecional do prazo, até final de junho, em casos muito pontuais de praias que ficaram mais danificadas, para o hastear da bandeira em praias que foram contempladas com o galardão, mas que estão a ser intervencionadas devido ao mau tempo.
Se em algumas dessas praias a intervenção se atrasar ou não estiverem reunidas as condições exigidas, não poderão receber a bandeira azul.
De acordo com o Programa Bandeira Azul 2014 este ano foi ultrapassado, pela primeira vez, a marca dos 300 galardões atribuídos por todo o país, entre praias e marinas.