A Associação de Oficiais das Forças Armadas defendeu hoje a necessidade de serem acauteladas as "especificidades" dos militares na aplicação do congelamento das promoções na administração pública, sublinhando que a coesão das Forças Armadas não pode ser posta em causa.
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Em declarações à Lusa no final de uma reunião com o ministro da Defesa, o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA), coronel Pereira Cracel, adiantou que o congelamento das promoções na administração pública, imposto pelo Orçamento do Estado de 2011 foi um dos temas em destaque na conversa com José Pedro Aguiar Branco.
Defendendo que "o tratamento não pode ser igual para aquilo que efectivamente é diferente" e que "o universo dos militares" não é igual ao universo da administração pública em geral, o presidente da AOFA disse existirem "inúmeras situações de perversões", nomeadamente entre militares que já tinham frequentado os cursos de promoção a oficial superior, mas acabaram por não progredir na carreira.
"Essa norma a aplicar-se devia ser uma norma cuidada e que contivesse efectivamente as particularidades e as especificidades dos militares", salientou o presidente da AOFA, frisando que a coesão entre os militares não pode ser posta em causa.
"Alertámos o senhor ministro para este conjunto de perversões, este conjunto de situações que naturalmente colocam em causa o valor significativo e essencial nas Forças Armadas que é a coesão entre os militares. Numa instituição como a militar a coesão é um valor que deve ser preservado a todo o custo", acrescentou.
Ainda segundo o coronel Pereira Crecel, a questão da assistência na doença aos militares, a suspensão do complemento de pensão e as despesas de representação foram outras das matérias abordadas na primeira reunião da AOFA com o novo ministro da Defesa.