As Nações Unidas e a Organização Mundial de Saúde prometeram, no sábado, meios "sem precedentes" na Libéria para fazer face à propagação devastadora do vírus.
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A Costa do Marfim anunciou o encerramento das fronteiras terrestres com dois dos três países afetados - a Libéria e a Guiné-Conacri -, uma medida em vigor desde sexta-feira para "proteger as populações, incluindo estrangeiros, que vivem no território costa-marfinense".
"Esta epidemia excecional exige uma mobilização sem precedentes a todos os níveis", afirmou o coordenador da ONU para o surto de Ébola, David Nabarro, em visita aos países afetados com o diretor adjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a segurança sanitária, Keiji Fukuda.
David Nabarro garantiu que a nova coordenação estabelecida permitirá "garantir que os recursos adequados são canalizados para as áreas que mais necessitam deles".
Para já, Keiji Fukuda - que afirmou na sexta-feira que "seis a nove meses é uma estimativa razoável para erradicar o surto de Ébola - indicou que a OMS e os seus parceiros vão "construir centros de cuidados suplementares em Monróvia", capital da Libéria, aumentando o número de camas para até 500 nas próximas seis semanas.
A organização Médicos Sem Fronteiras, que dispõe de um centro com 120 camas em Monróvia, no hospital ELWA, também já tinha indicado, em declarações à AFP na passada quinta-feira, a sua intenção de elevar a capacidade para até 400 camas nos próximos dez dias.
A OMS contabilizou, até 20 de agosto, 1.427 mortos em 2.615 casos identificados em quatro países da África Ocidental.
A Libéria é o país mais afetado, com 624 mortos em 1.082 casos, seguindo-se a Guiné-Conacri, onde foram registados casos a cerca de 150 quilómetros da fronteira com a Costa do Marfim, com 407 vítimas mortais.
A Serra Leoa (392 mortes) e a Nigéria (cinco mortes) são os outros países afetados pela epidemia.