Os passageiros que entrarem em Angola através do aeroporto internacional de Luanda com sintomas de febre vão ficar em quarentena, como forma de despistar eventuais casos de Ébola, informou esta terça-feira a diretora provincial de Saúde.
Corpo do artigo
De acordo com Rosa Bessa, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, já funciona em permanência uma equipa de saúde para inspeção dos passageiros, agora munida de sensores de temperatura tendo em conta que um dos principais sintomas do Ébola é a febre.
"Aqueles casos que chegarem ao país com febre, detetada por estes sensores, terão de ser encaminhados para quarentena e fazer-se uma investigação", explicou a diretora provincial de Saúde de Luanda, Rosa Bessa.
Angola passou a integrar o grupo de países com risco "moderado a alto" de infeção por Ébola, depois de casos confirmados na República Democrática do Congo (RDCongo), avançou na segunda-feira à Lusa a Diretora Nacional de Saúde Pública angolana.
"Até há uma semana, Angola era considerada como um país de baixo-médio risco. Neste momento entra para o grupo de países com risco moderado a alto, porque tem um país vizinho com a epidemia confirmada", explicou Adelaide de Carvalho, referindo-se à classificação internacional sobre a propagação da doença.
As autoridades sanitárias angolanas estão agora a "redobrar" e a "acelerar" a mobilização de equipas para o controlo, alerta e vigilância sanitária, nomeadamente nos postos de fronteira a norte.
A evolução da propagação do Ébola por vários países do continente africano e as medidas de proteção adotadas em Angola foram analisadas hoje pela Comissão para a Política Social do Conselho de Ministros, que decorreu sob orientação do vice-presidente da República, Manuel Vicente.
"Temos de estar mais atentos à movimentação de pessoas, mas não entrar em pânico", defendeu o ministro da Saúde, José Van-Dúnem, no final desta reunião, a propósito dos sintomas da infeção por Ébola, que podem ser reconhecidos pela população.
De acordo com o Executivo, a forte movimentação de pessoas com a RDCongo - Angola, através de sete províncias, partilha uma vasta fronteira terrestre com aquele país - já obrigou à adoção de "medidas preventivas". Nomeadamente ao nível da vigilância das fronteiras, com agentes de segurança e militares munidos de elementos de biossegurança.