Evocando Beethoven, como "alguém que não desistiu perante uma adversidade muito grande como foi a surdez", Pedro Passos Coelho apelou, esta quarta-feira, aos alunos da Escola Miguel Torga, na Amadora, a "enfrentarem as dificuldades com coragem e otimismo".
Corpo do artigo
A visita estava prevista para as 10.00 horas mas só 40 minutos depois Pedro Passos Coelho chegou e ouviu as boas-vindas do grupo de percussão "Bora Bombar", da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Miguel Torga, na Amadora.
No âmbito lançamento do programa "Escola Voluntária", o primeiro-ministro assistiu a um ensaio do Projeto Iniciação, da Orquestra Geração, uma iniciativa que teve início há cinco anos nesta escola, sob orientação do Conservatório Nacional, com o objetivo de promover a motivação dos alunos a nível escolar e reforçando as suas competências de socialização.
Na primeira fila, Passos Coelho ouviu o alinhamento de nove temas, que começou no Hino à Alegria de Bethoven e terminou com o bem português "Oliveira da Serra". Lamentou não estar em condições de cantar, mas deixou sugestões de técnica vocal dada a sua formação de canto e assinalou a importância do maestro para a harmonia de um conjunto.
Numa intervenção de cerca de 20 minutos, o primeiro-ministro destacou Beethoven, como "alguém que não desistiu perante uma adversidade muito grande como foi a surdez" e que trabalhava durante anos as suas composições. "Nunca nos podemos deixar vencer pelas dificuldades", frisou.
O chefe do governo acrescentou que problemas relacionados com o ambiente em casa ou com os colegas, dificuldades na aprendizagem ou em encontrar emprego, projetos empresariais mal sucedidos, "tudo isso são coisas que acontecem na vida" - sem falar dos "infortúnios, que são coisas mais dificilmente corrigíveis".
"Todas essas dificuldades fazem parte da nossa vida. Não devemos escondê-las, devemos enfrentá-las, e enfrentá-las com coragem e com um certo otimismo, porque senão pomo-nos todos a chorar, e se isso acontecesse perante as dificuldades, eram as dificuldades que nos venciam, não éramos nós que vencíamos. E somos nós que temos de vencer", apelou.
"Nunca desistam nem tomem uma obra por acabada. Estamos sempre a aprender e precisamos de trabalhar muito. Mesmo que seja grande o talento, precisamos de trabalhar muito para ser ainda melhores e para poder partilhar com os outros a beleza daquilo que fazemos", acrescentou.
O programa "Escola Voluntária", lançado esta quarta-feira para estimular o voluntariado, levou a diversas escolas do país vários ministros e secretários de Estado. Os alunos que futuramente participem em ações de voluntariado poderão ter essa menção no processo pessoal e no certificado escolar.