Especialistas internacionais atualmente a investigar o vírus da gripe das aves H7N9 disseram que este é um dos vírus da gripe mais letais, no dia em que foi relatado o primeiro caso de infeção em Taiwan.
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A China confirmou 108 casos e 22 mortes desde que as primeiras infeções foram anunciadas a 31 de março, tendo Taiwan confirmado, esta quarta-feira, a sua primeira infeção num homem que recentemente regressara da zona mais afetada pelo vírus no leste da China.
"Este vírus da gripe é sem dúvida um dos mais letais que observámos até hoje", disse Keiji Fukuda, especialista em gripe da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que liderou uma equipa de investigadores numa visita à China para estudar o vírus H7N9.
Keiji Fukuda afirmou, durante uma conferência de imprensa, que o vírus H7N9 é mais facilmente transmissível que a mais comum estirpe do vírus da gripe das aves H5N1.
"Acreditamos que este vírus é mais transmissível a humanos que o H5N1", acrescentou, referindo-se à estirpe do vírus da gripe das aves que a OMS estima que já matou mais de 360 pessoas em todo o mundo desde 2003.
As autoridades de saúde em Taiwan disseram que o seu primeiro caso, um homem de 53 anos que esteve a trabalhar na cidade de Suzhou, no leste da China, apresentou sintomas da gripe três dias após ter regressado a Taiwan via Xangai.
O ministro da Saúde em Taiwan, Chiu Wen-ta, afirmou aos jornalistas que o paciente disse não ter estado em contacto com aves domésticas ou ter comido aves ou ovos mal cozinhados durante a sua estadia em Suzhou.
A equipa da OMS disse que as aves domésticas foram provavelmente a origem do surto do H7N9 porque galinhas, patos e pombos de mercados testaram positivo, mas advertiram também sobre a possibilidade de transmissão do vírus entre humanos.
Existem preocupações sobre a possibilidade do vírus se transformar numa forma facilmente transmissível entre humanos, que poderia alastrar a doença à população local, mas a equipa da OMS afirmou, em comunicado, que até agora não foram descobertas transmissões entre humanos.
Até hoje, a maioria dos casos de H7N9 foram confinados à zona comercial de Xangai e a províncias vizinhas no leste da China.