Portugal é o país da Europa Ocidental e Central com mais novos casos de infecção pelo HIV/Sida, segundo o relatório anual da ONUSida e da Organização Mundial de Saúde sobre a evolução da doença no mundo.
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O relatório refere que na América do Norte e na Europa central e ocidental a epidemia está mais concentrada nas populações de risco mais elevado, nomeadamente em homens que têm sexo com homens, utilizadores de drogas injectáveis e imigrantes.
Nestas regiões, o número mais elevado de novas infecções por HIV encontra-se nos Estados Unidos e Portugal.
Apesar destes dados, Portugal tem reflectido ao longo dos anos uma descida no número de casos, segundo a tabela "Novos diagnósticos de infecção VIH e taxas por milhão de habitantes por país e ano de diagnóstico", presente no documento HIV/AIDS surveillance in Europe 2007 da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC).
De acordo com esta tabela, Portugal registou, em 2004, 1764 novos casos de sida, número que desceu para 1573 no ano seguinte, para 1510 em 2006 e 894 em 2007.
A ONUSida adianta que, embora a incidência do HIV tenha permanecido relativamente estável ou aumentado ligeiramente nos países ricos nos últimos anos, os padrões epidemiológicos evoluíram consideravelmente.
Em particular, a evidência indica que o número de novas infecções entre os homens que têm sexo com homens aumentou na década passada, enquanto baixaram nos consumidores de droga injectáveis.
Segundo o relatório da ONUSida, elaborado em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, as minorias raciais e étnicas são mais afectadas pela epidemia do que as outras populações em muitos países.
O último relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), sobre a situação epidemiológica da infecção VIH/Sida em Portugal, refere que a 31 de Dezembro de 2008 se encontravam 34 888 casos notificados.
O maior número de casos notificados é de utilizadores de drogas por via endovenosa, representando 42,5 por cento de todas as notificações, reflectindo a tendência inicial da epidemia no país.
O número de casos associados à infecção por transmissão sexual (heterossexual) representa o segundo grupo com 40 por cento dos registos e a transmissão sexual (homossexual masculina) apresenta 12,3 por cento dos casos.
As restantes formas de transmissão correspondem a 5,2 por cento do total. Os casos notificados de infecção VIH/SIDA que referem como forma provável de infecção a transmissão sexual (heterossexual) apresentam uma tendência evolutiva crescente.
O relatório da ONUSida salienta que desde que surgiu a doença, cerca de 25 milhões de pessoas morreram e 60 milhões foram infectadas, mas as novas infecções diminuíram 17 por cento nos últimos oito anos.
O relatório da ONUSida estima que existam cerca de 33,4 milhões de pessoas infectadas pelo VIH, um pouco mais do que os 33,2 milhões estimados em 2007.