Nuno Cardoso Santos, do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, integra equipa internacional de investigadores.
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Num colóquio/apresentação no Chile, no qual participaram vários jornalistas internacionais por vídeo-conferência, o investigador português explicou, em linguagem simples, a técnica utilizada pelo sistema HARPS na procura de planetas semelhantes à Terra.
"Não é só o planeta que orbita a estrela mas a estrela também orbita o planeta", disse, por isso a estrela "vai oscilar no céu, umas vezes afastando-se de nós, outras aproxima-se".
"A velocidade da estrela vai variar periodicamente se ela tiver um planeta à sua volta", referiu Nuno Cardoso Santos, explicando que é através da medição dessa mesma velocidade que se pode detectar novos planetas.
"Estamos a dar passos muito importantes na participação num consórcio que vai construir um novo instrumento - Espresso - o que significa um salto qualitativo e vai permitir descobrir outros planetas habitáveis, parecidos com a Terra, a orbitar estrelas parecidas com o nosso sol", sustentou o investigador português, doutorado em Astronomia e Astrofísica, que avançou com 2014 como a data em que este novo projecto estará pronto.
Stéphane Udry, do Observatório de Genebra, disse estar convencido "que há vida noutros planetas" e que uma boa aproximação à confirmação desta teoria seria "encontrar vestígios de vida na atmosfera dos planetas detectados".
Para isso são necessários "enormes telescópios, provavelmente no espaço", sendo este um processo que "demorará pelo menos 20 anos, para ter o projecto aceite, conseguir o dinheiro, construir e mandar os telescópios para o espaço", acrescentou.