A Associação de Professores de Matemática considerou que a prova realizada, esta sexta-feira, pelos alunos do 4º ano, era adequada e exigia níveis de raciocínio mais elaborados, mas defendeu que não deveria ter sido feita.
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"De uma maneira geral, a prova era adequada ao nível etário dos alunos e está de acordo com o Programa de Matemática" em vigor, defendeu a presidente da Associação de Professores de Matemática (APM), Lurdes Figueiral.
Com "diversos graus de dificuldade", a prova não era "globalmente elementar nem de resolução imediata", havendo mesmo questões que "exigiam níveis de raciocínio mais elaborados".
Apesar de a prova estar adequada ao programa, a APM voltou a criticar a sua realização, lembrando que este tipo de operações têm um custo elevado e, na atual situação financeira que o país atravessa, "existem medidas educativas muito mais interessantes para aplicar os dinheiros".
"Estamos a assistir a toda uma política de cortes de gastos que influenciam a qualidade do ensino e depois gasta-se numa prova destas", criticou Lurdes Figueiral, defendendo que o dinheiro deveria ser aplicado no apoio a alunos com dificuldades, em atividades como complementos curriculares ou na redução do número de alunos por sala.
Lurdes Figueiral alertou para o risco de este tipo de provas transformar o ensino numa "preparação para as provas".
Lembrando que "as provas tendem a avaliar aspetos muito mensuráveis", a presidente da associação sublinhou que "existem capacidades que não são mensuráveis e que, por isso, são quase impossíveis de avaliar em exame".
Cerca de 107 mil alunos do 4º ano realizaram a prova de Matemática depois de, na terça-feira, terem feito o exame de Português.
Os alunos que não obtenham aproveitamento ou que, por algum motivo justificado, tenham faltado às provas, terão de fazer novos exames no início de junho. O resultado destas provas conta 25% para a nota final dos alunos.