O dirigente social-democrata Jorge Moreira da Silva considerou esta sexta-feira que o escritor Miguel Sousa Tavares insultou o presidente da República, Cavaco Silva, ao referir-se ao chefe de Estado como "um palhaço", e manifestou repúdio por essas declarações.
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Na qualidade de primeiro vice-presidente da Comissão Política Nacional do PSD, Jorge Moreira da Silva divulgou uma nota afirmando que "o PSD repudia as declarações insultuosas" de Miguel Sousa Tavares, considerando que foram ultrapassados os "limites para o combate político".
"A circunstância de terem sido proferidas por uma pessoa com as responsabilidades adicionais, perante o grande público, resultantes do seu longo e reconhecido percurso como jornalista, escritor, cronista e comentador político, torna estas declarações ainda mais criticáveis do ponto de vista do PSD", acrescenta o coordenador da direção nacional social-democrata.
Numa entrevista publicada no "Jornal de Negócios", questionado sobre a hipótese de surgir no espaço político português "um ditador populista" ou "um palhaço", o jornalista e escritor Miguel Sousa Tavares respondeu: "Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso, é difícil".
Na nota divulgada, Jorge Moreira da Silva ressalva que entende como "legítimo e desejável a crítica livre e democrática a todos os responsáveis políticos e órgãos de soberania, incluindo o presidente da República", dentro de certos "limites".
Segundo o coordenador da Comissão Política Nacional do PSD, "esses limites foram ultrapassados" quando Miguel Sousa Tavares "escolheu insultar - e não criticar - o presidente da República".
As declarações em causa de Miguel Sousa Tavares têm destaque na capa do "Jornal de Negócios" e o presidente da República, Cavaco Silva, solicitou à Procuradoria-Geral da República a sua análise, "à luz do artigo 328.º do Código Penal".
A Procuradoria anunciou, entretanto que "tendo o crime natureza pública, o Ministério Público procedeu à instauração de inquérito".