Quase 6750 professores foram, esta terça-feira, colocados nas escolas, na sua maioria professores dos quadros do Ministério da Educação, mas, ainda assim, o ano arranca com 917 docentes efetivos sem turmas atribuídas.
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De acordo com os dados divulgados hoje pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), dos "4405 docentes dos quadros opositores à mobilidade interna, foram colocados 3488", ou seja, quase 3500 professores que não tinham horários atribuídos nas escolas ou agrupamentos a que pertencem conseguiram colocação noutra escola para lecionar.
"Caiu assim para menos de metade (917) o número de docentes que estão transitoriamente sem componente letiva, em relação ao número equivalente no ano passado", refere o MEC, em comunicado, sublinhando o que já tinha sido dito pelo ministro Nuno Crato na segunda-feira, que garantiu que o ministério está a trabalhar para reduzir a zero ou a valores residuais o número de 'horários-zero' nas escolas, evitando assim a passagem à mobilidade especial dos docentes sem turmas.
No total, foram colocados nas escolas 6744 docentes, dos quais 3488 são dos quadros e 3256 são contratados.
Quase mil professores dos quadros que concorreram à mobilidade interna não conseguiram colocação, mas o número aumenta substancialmente no que diz respeito aos docentes contratados: dos 28367 candidatos foram colocados 3256, cerca de 11%.
Entre os contratados, o total de professores sem vínculo que se candidatou a um lugar nas escolas este ano é praticamente igual ao de 2013, mas em 2014 o número de colocados baixou dos 4921 contratados para os 3256, uma redução de 1665 contratos.
Do total de contratados nas escolas para o ano letivo de 2014-2015, 886 têm uma renovação de contrato, mais do que os 346 de 2013-2014.
No que diz respeito aos professores dos quadros, houve menos de um terço de professores dos quadros afetos a uma escola ou a um agrupamento escolar a candidatar-se a um lugar noutra escola (1006) em comparação com 2013 (3135).
Apenas 628 destes professores conseguiram um lugar através da mobilidade interna este ano, quando em 2013 foram 2417 os colocados através deste processo.
A diferença poderá explicar-se pelos pedidos de aposentações de docentes e também com o processo de rescisões ainda em curso.
As rescisões libertaram lugares nas escolas que podem agora ser ocupados por professores que não tinham horário atribuído e que seriam por isso indicados para concorrer à mobilidade interna.
Na passada semana, os diretores escolares foram contactados pelas direções regionais de Educação, na noite de quinta-feira, para que indicassem, até ao final desse dia, em poucas horas, o nome dos professores sem componente letiva a quem, entretanto, puderam atribuir turma, evitando desta forma que fossem integrados nas listas de mobilidade, ou que pudessem passar à requalificação profissional (mobilidade especial) já em fevereiro.
Dos 10179 horários indicados este ano pelos diretores como necessidades para colocação de professores, ficaram por preencher 3435 que, sublinha o MEC, são, na sua quase totalidade "relativos às escolas integradas em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e com contrato de autonomia" que "serão ocupados através da Bolsa de Contratação de Escola, iniciando-se ainda hoje o processo de satisfação destas necessidades com recurso à contratação".