A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves ficou satisfeita com a anunciada proibição da caça ao melro e alerta para outros problemas relacionados com a época venatória.
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De acordo com Pedro Geraldes, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), "esta foi uma surpresa muito agradável" e uma decisão "muito rápida" do novo ministério perante uma lei "bastante errada e que fazia pouco sentido".
No entanto, este responsável salientou que a SPEA tem alertado para "outros problemas muito graves e que se arrastam há muito tempo".
A SPEA contesta o facto da portaria em causa se aplicar nos próximos três anos, quando "deveria ser anual porque tem de ser adaptada consoante a saúde das populações animais, se há mais ou menos, e não são coisas que se possam planear com três anos de antecedência".
Outro dos alertas da sociedade é a permissão de "utilização de chumbo em munições em zonas húmidas, com todos os problemas de envenenamento que isso causa para o ambiente e para toda a cadeia".
"Gostaríamos de ver se serão também referidas nesta alteração de portaria ou se ficarão para mais tarde. Mas gostaríamos, pelo menos, de saber que os problemas estão a ser equacionados e que se estão à procura de soluções", referiu.
De acordo com Pedro Geraldes, "centenas de pessoas tinham enviado cartas à senhora ministra para que o melro fosse retirado das espécies cinegéticas".
O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, anunciou na terça-feira que retirou o melro da lista de espécies cinegéticas, revogando a portaria que permitia caçar esta ave.
De acordo com a portaria n.º 147/2011, publicada em abril em Diário da República e agora revogada, o melro poderia ser legalmente abatido durante as próximas três épocas de caça, depois de mais de 20 anos de proibição.