Rússia lançou novo serviço público de notícias internacionais para contrariar a "agressiva propaganda" feita no Ocidente.
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Sputnik foi o nome escolhido pelo Kremlin para batizar o novo serviço público de notícias internacionais da Rússia. O projeto é fruto de uma reestruturação do serviço de língua estrangeira da agência de notícias estatal RIA Novosti e da rádio Voz da Rússia e tem como principal objetivo oferecer uma alternativa à visão ocidental dos acontecimentos globais.
"Somos contra a propaganda agressiva que está agora a ser fornecida ao mundo e que obriga a uma construção unipolar do mundo", argumentou Dmitry Kiselyov, responsável pelo projeto. "Vamos divulgar uma visão mais multipolar, mais próxima em cada país dos seus interesses, cultura e tradições", prosseguiu o jornalista, considerado um dos ideólogos do presidente russo, Vladimir Putin.
Evgueni Mouravitch, correspondente da RTP em Moscovo, considera que Sputnik "é um recurso informativo composto à medida das necessidades do Kremlin" e acredita que os russos "vão engolir" este projeto, uma vez que "a sociedade civil está muito fraca na Rússia".
Num país onde a informação passa pelo escrutínio do governo, esta nova plataforma noticiosa funciona com mais uma ferramenta para evitar "perturbar a estabilidade do estado sólido do pensamento da nação" russa, destaca o jornalista. "O que faltava aos estrategas do Kremlin no que toca à informação era refrear a Internet", sublinha.