Presidente do governo regional da Extremadura espanhola revelou "irritação" com a intenção de Manuela Ferreira Leite de suspender o comboio de alta velocidade.
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A suspensão do TGV entre Portugal e Espanha "provocaria uma crise entre os dois países" já que depois ninguém quererá assinar acordos com um governo que não os cumpre, afirmou hoje, segunda-feira, o presidente do governo regional da Extremadura espanhola.
Citado pela imprensa regional da região Guillermo Fernández Vara manifestou a sua "irritação" pelo anúncio da líder do PSD, Manuela Ferreira Leite de querer paralisar o projecto do TGV em Portugal, o que prejudicaria seriamente a região da Extremadura.
"Se o fizesse provocaria uma crise entre ambos os países. Quem iria querer assinar qualquer tipo de acordo com um Estado que depois não cumpre os seus compromissos", questionou o socialista Vara.
"De todas as formas não consigo imaginar que, ainda que ganhe as eleições, acaba mesmo que paralisar as obras do TGV porque estaria a pôr em causa o respeito entre países. Além disso a União Europeia (UE) terá algo a dizer sobre tudo isto", afirmou.
Para Vara, a líder do PSD "está a apelar aos instintos mais primários dos portugueses, quer dizer, o anti-espanholismo".
O presidente da Extremadura espanhol afirma que não costuma acompanhar regularmente os debates em Portugal, por lhe interessarem mais os de Espanha, remetendo agora o acompanhamento do caso para o governo central em Madrid.
Cabe ao executivo liderado por José Luis Rodríguez Zapatero, insistiu "cumprir o seu compromisso de prazos", no que toca aos corredores espanhóis do TGV.
Também o presidente do Partido Popular (PP) na Extremadura, José António Monago, exigiu ao governo em Madrid que intervenha, afirmando que o executivo tem que cumprir os prazos.
"Se há um pacto assinado desde 2003 entre Espanha e Portugal que implica o arranque da alta velocidade, este tem que ser respeitado. Estou a favor da alta velocidade e é a responsabilidade do executivo de José Luis Rodríguez Zapatero exigir a Portugal que cumpra o que disse", afirmou.
José António Monago considera que esta é uma tarefa do governo nacional e não dos partidos políticos na Extremadura.