A União Europeia aprovou, esta sexta-feira, o lançamento imediato de um plano para combater a fraude com produtos alimentares, em resposta ao escândalo da carne de cavalo vendida como vaca que alastra pelo continente.
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O comité europeu para a Cadeia Alimentar e Saúde Animal aprovou em reunião extraordinária uma deliberação para que seja aplicado um plano de testes de ADN em produtos vendidos como carne de vaca e exames aos matadouros para despistar a presença de uma droga para gado equino que é prejudicial aos seres humanos.
Uma declaração daquele organismo esclareceu que o plano tem a vigência de um mês e começará a ser aplicado imediatamente, podendo ser alargado durante mais dois meses.
O plano supõe análises de ADN para detetar a presença de carne de cavalo não identificada em produtos alimentares processados e detetar eventuais resíduos na carne de cavalo de fenilbutazona, uma droga anti-inflamatória.
Em cada país da União Europeia (UE) serão recolhidas entre 10 e 150 amostras de produtos alimentares, num total de 2250 amostras nos 27, enquanto para detetar a fenilbutazona serão recolhidas amostras por cada 50 toneladas de carne de cavalo que saia dos matadouros.
O comissário europeu para a Saúde, Tonio Borg, afirmou esperar que os estados-membros apliquem rapidamente o plano para que se trace "um retrato fiel da sequência de eventos" que levou à comercialização de produtos alimentares com carne de cavalo sem identificação nos rótulos.
"Os consumidores esperam que a UE, as autoridades nacionais e todos os envolvidos na cadeia alimentar lhes dêem todas as garantias de segurança sobre o que põem no prato", declarou.
Esta sexta-feira, a agência para a qualidade alimentar do Reino Unido anunciou que, de 2501 produtos analisados, 29 contêm carne de cavalo, um resultado considerado "inaceitável" mas que indica que se trata de "exceções", segundo a sua diretora, Catherine Brown.
O maior retalhista alimentar norueguês, o NorgesGruppen, também confirmou esta sexta-feira que detetou carne de cavalo nas lasanhas congeladas vendidas nas suas lojas, o primeiro caso confirmado neste país.
Na Áustria, foi esta sexta-feira retirado de circulação um produto distribuído pela cadeia alemã Lidl, depois de a agência de segurança alimentar ter descoberto indícios de carne de cavalo.