O coordenador da Comissão para uma Política de Natalidade em Portugal não vê com bons olhos a medida da Apple e do Facebook em oferecer o congelamento de óvulos às suas funcionárias. Joaquim Azevedo acredita que o incentivo à natalidade não passa pelo adiamento da maternidade.
Corpo do artigo
A Apple e o Facebook decidiram oferecer às suas funcionárias a opção de congelarem os seus óvulos e adiarem, assim, a maternidade mais uns anos. A medida está a causar muitas reações e a dividir opiniões, especialmente por envolver duas grandes empresas que servem, muitas vezes, de modelo para tantas outras.
Joaquim Azevedo, da Comissão para a Natalidade, criada recentemente por Passos Coelho, admite não conhecer bem o caso em questão, mas defende que adiar a maternidade é, já em si, "um problema". "A adiar já andamos nós. As empresas têm é de criar condições, em termos de horários e acompanhamento, para incentivar as pessoas a terem filhos", explica, ao JN.
"Ir pelo caminho do adiamento não é bom, pois a infertilidade aumenta com a idade. As empresas têm é de fazer com que as mulheres possam ser mães na idade mais adequada e na fase em que têm mais saúde", assegura. "Isso é que é importante e é isso que pretendemos com esta comissão".
"Há muitas outras medidas de harmonização do trabalho e da família que as empresas podem implementar e que não passam pelo caminho do adiamento", finaliza.