Saída da Google da China "não afectará relações com os EUA", diz porta-voz chinês
A China considerou hoje, sexta-feira, que a eventual saída da Google do país em sinal de protesto pela censura e alegados ciber-ataques chineses não afectará as relações económicas e comerciais com os Estados Unidos.
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"Qualquer que seja a decisão da Google, isso não afectará o conjunto das relações económicas e comerciais entre a China e os Estadosa Unidos", disse o porta-voz do ministério chines do Comércio, Yao Jian.
"Os dois países tem multiplos canais de comunicação. Confiamos no saudável desenvolvimento das relações económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos", acrescentou.
Na terça-feira passada, um vice-presidente da Google, David Drummond, anunciou que a empresa poderia retirar-se da China devido aos "sofisticados ciber-ataques" chineses contra activistas de direitos humanos.
Segundo a mesma fonte, a Google e pelo menos vinte outras firmas foram atacadas numa aparente tentativa de penetrar nas contas de email de activistas espalhados pelo mundo.
"Estes ataques e a vigilância que eles evidenciam, conjugados com as tentativas registadas no ultimo ano para limitar ainda mais a liberdade de expressão na Web, levaram-nos a concluir que devemos rever a viabilidade das nossas operações comerciais na China", escreveu David Drummond no blogue oficial da empresa.
O porta-voz do ministério chinês do Comércio disse também não ter ainda recebido qualquer informação da Google indicando que a empresa sairia da China.
Yao Jian reafirmou que a China "continua a proporcionar um bom ambiente para o investimento externo, mas - acrescentou -- "todas as empresas, incluindo a Google, tem de respeitar as leis e regulamentos" do país.
A Google lançou em 2006 um site em língua chinesa, "google.cn", e emprega cerca de 700 pessoas na China.
Na quinta-feira, um jornal oficial chinês considerou "um retrocesso para a China" a eventual saída da Google, enquanto outros comentadores encaram a ameaça daquela empresa norte-americana como uma "táctica negocial".