Um norte-americano foi admitido num centro de reabilitação por estar viciado... nos seus Google Glass.
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A tecnologia ainda é relativamente recente, mas já causou a sua primeira "vítima": um norte-americano tornou-se no primeiro caso clínico conhecido (e documentado) de uma pessoa viciada em Google Glass.
O paciente foi admitido num programa de reabilitação da Marinha norte-americana no final de 2013 por causa de ser, alegadamente, viciado em álcool, mas foi outro o vício que chamou a atenção dos médicos.
O homem, de 31 anos, usava um par de Google Glass 18 horas por dia e só os retirava para dormir ou tomar banho. Quando foi admitido no centro de reabilitação, teve de abdicar de todos os aparelhos eletrónicos e foi aí que o problema foi detetado: o paciente mostrou-se agressivo e irritável quando se viu privado dos seus Google Glass.
O comportamento deste paciente foi agora conhecido através de uma publicação na revista da especialidade "Addictive Behaviors". Por lá, é dito que o paciente apresentava sintomas de adição e já possuía um longo historial de sintomas similares de agressividade e mudanças de humor, relacionadas com comportamentos obsessivos, fobia social, depressão e consumo excessivo de álcool e tabaco.
O distúrbio foi, inicialmente, tratado como um vício da Internet, mas depressa os médicos se aperceberam que a adição era mais específica: o paciente estava mesmo viciado no aparelho, clicando na têmpora direita como se continuasse a usar Google Glass e estivesse a clicar num botão, tendo frequentemente sonhos com o aparelho.
"O paciente chegou a admitir que viver sem os Google Glass lhe custava mais do que viver sem o álcool", garantiu ao Guardian um dos médicos envolvidos no caso.
Os Google Glass começaram a ser disponibilizados para o público há pouco mais de um ano e o doente começou a ser seguido apenas dois meses depois de ter adquirido o seu par.
Este é, tanto quanto se sabe, o primeiro caso do género. A Google não prestou, até ao momento, declarações sobre o caso.