O Tribunal de Lisboa Oeste, em Sintra, condenou, esta segunda-feira, a 17 anos e 6 meses de prisão efetiva, o suspeito do homicídio de uma professora encontrada morta na praia da Aguda, em abril de 2013. A defesa anunciou que vai recorrer.
Corpo do artigo
O arguido foi condenado a 17 anos e 6 meses de prisão efetiva em cúmulo jurídico, resultante de 15 anos por homicídio simples, 4 anos por roubo simples e 2 anos e 6 meses por burla informática.
O Tribunal de Lisboa Oeste, em Sintra, determinou ainda o pagamento de uma indemnização de 4250 euros por danos patrimoniais e 115 mil euros por danos não patrimoniais.
A defesa do arguido anunciou que vai recorrer, alegando que o artigo 315 do Código do Processo Penal viola a Constituição ao não permitir ao arguido as mesmas "armas" que a acusação. A defesa pretende ainda pedir a repetição do julgamento com base nas duas diligências que lhe foram recusadas: reconstituição do crime e exame pericial do relógio da vítima.
Encontrada morta na praia
Delmira Claro, de 53 anos, foi encontrada sem vida na praia da Aguda, a 1 de abril de 2013, despida da cintura para baixo e sem documentos, sendo reconhecida dias depois pela filha no Instituto de Medicina Legal de Lisboa.
O suspeito do homicídio, residente no Cacém, foi detido a 18 de abril, pela Polícia Judiciária, na posse do carro da professora e de outros bens, como chaves e cartões bancários.
O Ministério Público pediu uma pena de prisão não inferior a 18 anos, por considerar provada a acusação de que o arguido se deslocou com a amiga, na madrugada de 31 de março, à praia da Aguda, agredindo-a para que lhe desse os cartões bancários e as senhas, antes de a matar por afogamento.
A professora, residente na Charneca da Caparica (Almada), sofreu ferimentos na cabeça, no tórax, nos braços e nas pernas, lesões que a defesa alegou resultarem de queda da arriba, mas sem a presença do arguido, que terá deixado a vítima sozinha na praia.
O suspeito justificou que a vítima lhe deu a viatura e que efetuou levantamentos nos dias seguintes com os cartões bancários, no total de 2240 euros, como pagamento de verbas que antes tinha emprestado. O arguido declarou-se sempre "inocente" dos crimes de homicídio, burla informática e utilização fraudulenta de cartões bancários, de que estava acusado.