Acusado de tentativa de homicídio à porta de discoteca alega que arma era falsa
Um arguido de 26 anos negou, esta quinta-feira, no Tribunal da Feira, ter disparado uma arma de fogo, em 2022, contra outro homem no exterior de uma discoteca do concelho. Acusado de um crime de homicídio agravado, na forma tentada, o arguido alegou que a arma que trazia consigo era falsa.
Corpo do artigo
Além de homicídio qualificado, na forma tentada, o arguido está acusado de crimes de detenção de arma proibida e de condução sem habilitação legal. No arranque do julgamento, afirmou que não foi o autor do disparo que atingiu um jovem de 21 anos no exterior de uma discoteca, em Nogueira da Regedoura.
Perante o colectivo de juizes, começou por dizer que nao tinha "nenhuma arma de fogo", pois a arma que trazia consigo era falsa, "de cano tapado". "O disparo não veio da minha parte. A arma era falsa, não fiz nada do que estou acusado, a não ser a condução", reiterou, dizendo ainda que não conhecia a vítima e não a tentou matar.
O arguido contou que, quando se encontrava no exterior da discoteca "a fumar um cigarro", "parou um carro com cinco individuos encapuzados".
Diz que um deles saltou para cima de si e que, de seguida, ouviu um disparo, que até pensou ter sido dirigido a ele.
Referiu ainda que viu "toda a gente a fugir" e que, por ter entrado em pânico, entrou numa viatura, saindo do local.
Disparo à queima roupa
De acordo com a acusação, em junho de 2022, o arguido deslocou-se, na companhia de amigos, a uma discoteca na freguesia de Nogueira da Regedoura, transportando consigo uma arma de fogo de calibre 6.35 mm.
Pelas 6.40 horas, já no exterior da discoteca, acabaria por ocorrer o disparo que atingiu a vítima.
Ainda de acordo com a acusação, por razões passionais relacionadas com eventual relacionamento amoroso e troca de mensagens escritas entre o arguido e a namorada do ofendido, aquele "decidiu tirar a vida do ofendido".
O arguido deslocou-se até junto da vítima e empunhou a arma que trazia consigo. Disparou a cerca de dois metros de distância e atingiu a vítima na cabeça. A seguir, fugiu do local, acusa o Ministério Público.
Já a vítima deslocou-se à Esquadra da PSP de Ovar, onde foi socorrido por uma equipa do INEM, e, posteriormente, foi encaminhado para o Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira.
O Ministério Público diz que, "por mera sorte", o ofendido não correu risco de morte.
A arma de fogo utilizada no crime nunca foi recuperada.