Bispo de Bragança quer ir buscar padres a Angola para suprir falta de párocos na diocese
Para mitigar a falta de padres nas paróquias do Nordeste Transmontano a Diocese de Bragança-Miranda está em diálogo com o bispo de Sumbe, em Angola, para estabelecer um acordo que possibilite a vinda de padres desse país para Portugal.
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“Por forma a ter sempre um ou dois padres que estejam em formação no nosso instituto politécnico e que trabalhariam e ajudariam nas paróquias, sobretudo, ao sábado e domingo. O que permitia um contacto direto com a vida do nosso povo enquanto estavam em formação durante quatro ou cinco anos”, adiantou esta sexta-feira o bispo diocesano, Nuno Almeida, num encontro com a comunicação social para celebrar o dia de S. Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.
A diocese tem atualmente cerca de 70 padres, mas apenas 40 párocos, apesar de ser muito extensa, com mais de 300 paróquias.
Segundo a avaliação de Nuno Almeida neste momento “10 sacerdotes ordenados ou que venham de outros países, como já vieram do Brasil, de África e que estão a ajudar, permitia reorganizar a vida pastoral da nossa diocese”.
No próximo mês de junho vai ser ordenado um novo padre na diocese brigantina, trata-se de Nelson Vale, natural de Vimioso. “É um motivo de grande alegria e um momento de dar visibilidade a um acto e ao próprio testemunho do Nelson para que outros jovens lhe sigam o exemplo”, frisou o bispo.
A extensão da diocese, com centenas de aldeias que sofrem de despovoamento é uma preocupação. “Isto dá ideia das necessidades que teríamos para poder ter uma presença mais próxima e, para que as pessoas, mesmo nas paróquias mais próximas não se sintam abandonadas. Precisávamos de ter em cada arciprestado equipas para poderem valorizar a celebração do domingo. Já não conseguimos celebrar o domingo como era antigamente. Já não conseguimos fazer isso”, deu conta o prelado realçando a necessidade de ter mais padres “para não abandonar as paróquias mais pequenas, porque o tempo do ‘não há domingo sem missa’ já acabou”, acrescentou.
O bispo reconheceu também que a diocese atravessa uma situação “de fragilidade económica”, o que a tem impedido de concluir as obras de recuperação da casa pastoral, no antigo Seminário de S. José “que estão a meio”, referiu.
Na intervenção que foi feita no edifício foi gasto quase um milhão de euros. “Não é uma boa imagem ficar a meio. Também precisamos deste edifício para dar dignidade à diocese e prestar um melhor serviço às pessoas e às instituições, para que tenha qualidade e dignidade. Precisamos de um espaço de formação e de organizar ainda melhor a nossa cúria porque os nossos dois trabalhadores servem em condições um bocadinho precárias”, explicou o bispo diocesano.