Ópera “18 months” chega esta sexta feira a Famalicão, com encenação de Nuno M. Cardoso.
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O tema está na ordem do dia. O Quarteto Contratempus “há alguns anos” que queria abordá-la e por isso juntou-se ao encenador Nuno M. Cardoso, ao músico Dimitris Andrikopoulos e a Fadi Skeiker, que fez o libreto. Juntos, criaram a ópera “18 months” que se estreia hoje, na Casa das Artes de Famalicão.
O espetáculo aborda o drama dos refugiados que abandonam a sua terra em busca de segurança e insere-se no trabalho que o Quarteto tem feito no tratamento de assuntos mais ligados à “intervenção social”.
“Não quisemos particularizar nenhum conflito”, diz Teresa Nunes, umas das intérpretes da ópera e diretora artística do grupo, frisando que o objetivo não é “politizar a questão, apontar dedos ou escolher lados”.
O trabalho que hoje sobe a palco está a ser desenvolvido há cerca de dois anos e partiu da experiência de Fadi Skeiker enquanto sírio que saiu do seu país, e de depoimentos de refugiados que vivem em Portugal. A partir daqui foi criada uma “narrativa ficcionada” para a qual foi feita a música.
Para o compositor Dimitris Andrikopoulos, o espetáculo engloba uma “parte dramática mas também de esperança - são dois polos presentes ao mesmo tempo”. “Para mim, o mais importante foi a parte humana”, diz Dimitris, notando que a parte vocal e instrumental representa este aspeto, enquanto a secção multimédia e eletrónica cria um “espaço físico”.
Depois destas etapas, o encenador Nuno M. Cardoso recorreu a um “conjunto de linhas que são as fronteiras percorridas, os caminhos traçados, as diferenças e semelhanças que há entre as várias vozes que vivem numa ilha e acolhem os refugiados” para projetar a peça em palco.
“O que há de comum é o grau de humanidade, empatia, compaixão e aceitação das diferenças e semelhanças”, conclui Nuno M. Cardoso.
“18 Months”
Quarteto Contratempus
Sexta-feira e sábado, 21.30 horas
Vila Nova de Famalicão