Quebra do maior produtor mundial e elevada procura explicam inflação. Custos da energia pioraram cenário.
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Qual é o motivo para que o preço médio do azeite ande já perto dos nove euros por litro, devendo disparar 70% no acumulado do ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística? Na fileira do azeite, a responsabilidade principal pode ser atribuída ao topo da cadeia. Os motivos são múltiplos: quebra na produção espanhola, líder mundial do setor, baixa dos stocks a nível global, elevada procura e, por fim, fenómenos climáticos extremos ou fora de época.
“Espanha, que é o maior produtor mundial, teve uma quebra superior a 50% em 2022 e este ano andará pela mesma ordem de grandeza. Só por si, este facto influencia e muito o nível médio do stock mundial de azeite e, conjugado com a elevada procura, os preços disparam. As alterações climáticas influenciam em grande medida, sobretudo quando temos em Espanha uma cultura de sequeiro, que obviamente sofre com a seca, temperaturas anormais fora de época ou geadas”, explica Mariana Matos, secretária-geral da associação de produtores Casa do Azeite.