"Não há problema orçamental": Medina acusa ministro das Finanças de "falsidade"
O ex-ministro das Finanças, Fernando Medina, respondeu esta quinta-feira à tarde às acusações de Joaquim Miranda Sarmento de que o anterior Governo aumentou a despesa já depois das eleições, acusando-o de "falsidade".
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Chamado pelo PSD para esclarecer a questão da situação orçamental, que o atual Governo garantiu ser bastante pior do que a anunciada pelo anterior Executivo, Medina assegurou que Portugal "não tem nenhum problema de natureza orçamental", acusando o ministro das Finanças de "má fé".
"Se o PSD acha que vai ganhar alguma coisa com este tipo de guerrilha está muito enganado", afirmou o deputado socialista, acrescentando que "a má fé e a falta de seriedade na política são sempre um mau sinal".
Para Fernando Medina, as declarações de Joaquim Miranda Sarmento revelam "profunda impreparação técnica" ou "falsidade" utilizada como instrumento de combate político. Em declarações aos jornalistas, Medina explicou que, a 1 de abril, comunicou ao novo Governo que, num cenário de políticas invariantes, estava previsto um superávit de 0,7%.
"Há duas semanas, o ministro das Finanças corroborou que o país teria um superávit de 0,3%", referiu, lamentando que o Governo venha, agora, "mostrar-se surpreendido" com os dados de execucação apresentados pela Direção-Geral do Orçamento. "Foram declarações lamentáveis e preocupantes", defendeu.
O atual detentor da pasta das Finanças estimou esta quinta-feira em cerca de 600 milhões de euros o défice registado até ao final do primeiro trimestre deste ano, numa conferência de imprensa em que acusou o antigo Governo de ter aumentado despesa já depois das legislativas.
"A situação orçamental é bastante pior do que o anterior Governo tinha anunciado", declarou Miranda Sarmento, referindo que aos 300 milhões de euros de défice registados na última síntese de execução orçamental de março importa somar outros 300 milhões em resultado do aumento das dívidas a fornecedores.