"Guerra": Irão responde com chuva de mísseis. Ataques israelitas mataram 80 pessoas
O Irão respondeu, esta sexta-feira, aos ataques israelitas a instalações nucleares, lançando centenas de mísseis contra o país. Do lado de Israel, há registo de uma vítima mortal. No Irão, contam-se 80 vítimas mortais e centenas de feridos. Ao amanhecer de sábado, Israel atacou a capital iraniana.
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O início deste sábado fica marcado por uma nova vaga de ataques com mísseis de Israel contra Teerão. Na capital iraniana há registo de "várias explosões", nomeadamente junto ao aeroporto da cidade. Os ataques levaram as companhias aéreas a cancelar ou a desviar os voos na região.
A troca de ataques surge depois de, na sexta-feia, Israel ter lançado uma ofensiva contra instalações nucleares. Os mísseis causaram 80 mortos e centenas de feridos no Irão, cujas autoridades acusam o Governo israelita, liderado por Benjamin Netanyahu de ter "começado a guerra", prometendo uma resposta adequada. “Não há dúvidas sobre a cumplicidade dos Estados Unidos neste ataque terrorista (...) Não vamos esquecer que as nossas pessoas perderam a vida como resultado de um ataque israelita com armas norte-americanas", apontou ainda o embaixador do Irão na ONU, antes da reunião de emergência do Conselho de Segurança deste organismo. Donald Trump prometeu lutar ao lado de Israel contra qualquer ofensiva iraniana e há vários meios militares, nomeadamente caças, que estão a ser mobilizados para apoiar Telavive.
Depois do ataque de Israel, o Irão lançou várias vagas de mísseis, que destruíram vários edifícios ao redor de Telavive e de Jerusalém. Há registo de dezenas de feridos nesses ataques a áreas habitacionais e de, pelo menos, uma vítima mortal, uma mulher que tinha sido levada para o hospital e não resistiu aos ferimentos.
"É tempo de parar", apelou António Guterres numa mensagem escrita na rede social X ao início desta madrugada. "A paz e a diplomacia devem prevalecer", defendeu o secretário-geral da ONU.
As bolsas de valores dos Estados Unidos e da Europa encerraram hoje, na maioria, em baixa superior a 1%, com exceção da de Londres, após o ataque de Israel ao Irão.
O ataque fez subir os preços do petróleo, enquanto o ouro recuperava perto dos máximos de sempre, segundo uma compilação dos resultados feita pela agência de notícias espanhola EFE.
Em Wall Street, o Dow Jones caiu 1,79%, o S&P 500 caiu 1,13% e o Nasdaq perdeu 1,30%.
Na Europa, Milão caiu 1,28%. Madrid desceu 1,27% e perdeu o nível dos 14.000 pontos, Frankfurt caiu 1,07%, Paris 1,04%, Lisboa 0,69% e Londres 0,39%.
O Euro Stoxx50, o índice das empresas europeias de grande capitalização, caiu 1,31%.
As tensões geopolíticas no Médio Oriente fizeram subir o preço do petróleo bruto Texas Intermediate (WTI) e Brent em mais de 7%, devido aos receios de uma interrupção do abastecimento proveniente da região, na sequência dos ataques.
O Texas fechou a 72,98 dólares por barril e o Brent a 74,23 dólares.
O aeroporto de Mehrabad, na capital iraniana, amanheceu este sábado envolto em chamas e numa densa coluna de fumo, segundo constatou um jornalista da AFP, enquanto a imprensa local informava sobre uma explosão no local.
A agência de notícias iraniana ISNA publicou um vídeo no qual é possível ver colunas de fumo a sair da área do aeroporto, na zona oeste de Teerão. A agência Mehr reportou uma "explosão" no local.
O filho do último xá do Irão pediu às forças de segurança do país que rompam com os clérigos governantes, a fim de derrubar a República Islâmica, após ataques militares israelitas sem precedentes.
Reza Pahlavi responsabilizou o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, por ter "arrastado o Irão para uma guerra" com Israel, e chamou o governo de Teerão de "fraco e dividido".
Muitas companhias aéreas, incluindo a Air India, a Emirates e a Air France, cancelaram ou desviaram dezenas de voos na sexta-feira, na sequência dos ataques israelitas em território iraniano.
Israel, Irão, Iraque e Jordânia fecharam o espaço aéreo na sexta-feira de manhã, provocando o cancelamento de muitos voos de e para o Médio Oriente, ou daqueles que planeavam sobrevoar a região.
Os voos da Air India de Nova Deli-Viena e Bombaim-Londres preparavam-se para entrar no espaço aéreo iraniano na sexta-feira quando Israel lançou o ataque, segundo o ‘site’ Flight Aware.
Os aviões regressaram aos aeroportos de origem, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Devido à “situação no Irão”, vários voos da Air India entre a Índia e os Estados Unidos ou a Europa tiveram de parar em aeroportos europeus, sauditas ou dos Emirados Árabes Unidos na sexta-feira, informou a companhia aérea.
A Air France também anunciou na sexta-feira a suspensão dos voos entre Paris e Telavive “até nova ordem”, mas manteve os serviços para o Líbano e outros aeroportos da região.
A Lufthansa, o maior grupo europeu do setor, suspendeu os voos para Teerão até 31 de julho, prolongou a suspensão dos voos para Telavive pelo mesmo período e evitará o espaço aéreo dos dois países, bem como do Iraque, “até nova ordem”.
O jornal "Jerusalem Post" escreve este sábado que uma mulher morreu na sequência dos graves ferimentos que sofreu, causados pelo lançamento de mísseis por parte do Irão, uma resposta à ofensiva lançada por Israel contra infraestruturas ligadas ao desenvolvimento de armas nucleares.
As forças israelitas estão a ser apoiadas pelos EUA e Donald Trump manifestou o seu apoio ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, através de um telefonema.
O Exército de Israel informou este sábado à população que já pode sair dos seus abrigos em todo o país, mas recomendou que permaneçam próximos dos mesmos, depois de uma nova onda de ataques com mísseis lançados pelo Irão.
"Agora é permitido sair dos espaços protegidos em todas as áreas do país e permanecer perto deles", disse o Comando da Frente Interior, vinculado ao Exército, numa mensagem através do seu aplicativo, cerca de 20 minutos depois do anúncio de um novo ataque do Irão.
Os sistemas de defesa aérea sobre a capital do Irão, Teerão, foram reativados para conter novos ataques israelitas, informou a imprensa estatal iraniana.
"As defesas de Teerão foram reativadas há poucos minutos (...) para enfrentar os projéteis do regime sionista", informou a agência de notícias oficial, IRNA, enquanto um correspondente da agência France-Presse (AFP) relatou ter ouvido fortes explosões na capital iraniana e ter visto um brilho vermelho no céu.
O primeiro-ministo israleita Benjamim NNetanyahu apelou hoje aos iranianos para que se levantem contra o “regime maligno e opressor” que vivem no seu país.
"Chegou a hora de o povo iraniano se levantar contra o 'regime maligno e opressor'" que o governa, afirmou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acrescentando que o seu país tinha lançado "uma das maiores operações militares da história" contra Teerão.
Os 15 países do Conselho de Segurança das Nações Unidas coincidiram hoje nos apelos ao Israel e ao Irão para que reduzam as tensões e priorizem meios diplomáticos para resolver o atual conflito, embora com algumas variações.
Em geral, países africanos e asiáticos criticaram as ações "unilaterais" de Israel nos ataques ao Irão, bem como o "desrespeito" à Carta da ONU e à soberania de outros Estados, enquanto países europeus e os Estados Unidos destacaram o perigo representado pelo programa nuclear iraniano, que foi o motivo alegado por Israel para lançar os ataques na noite passada.
Das grandes potências, apenas a Rússia se manifestou claramente em apoio ao Irão: o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, descreveu o ataque como "uma grave violação da Carta da ONU".
"Tem-se a impressão de que os líderes israelitas estão convencidos de que têm carta branca na região e provavelmente pensam que Israel pode ignorar qualquer norma e qualquer órgão internacional, incluindo este Conselho de Segurança", acrescentou.
Nebenzya não responsabilizou apenas Israel, mas também "os seus aliados mais próximos: isto é uma consequência direta da aquiescência dos países ocidentais, que há meses vêm, consciente e metodicamente, alimentando a histeria anti-iraniana no Conselho de Segurança e na Agência Internacional de Energia Atómica [AIEA]".
Já o representante da China, aliada do Irão, Fu Cong, fez uma intervenção foi muito mais moderada, limitando-se a pedir que "os países com influência significativa sobre Israel desempenhem um papel construtivo" nesta crise.
Israel afirma que a informação veiculada de que dois aviões israelitas teriam sido abatidos pelo Irão é falsa.
Teerão respondeu, ao cair da noite, aos ataques massivos israelitas sobre as suas instalações nucleares e cúpula militar com vagas de mísseis que atingiram, inclusive, Telavive e Jerusalém.
O representante do Irão nas Nações Unidas afirmou que os ataques israelitas causaram 78 mortos e deixaram mais de 300 pessoas feridas, esta sexta-feira.
Os jornais israelitas "The Jerusalem Post" e o "Haaretz" afirmam que dos ataques do Irão contra várias cidades resultaram 40 feridos, dois dos quais estão em estado crítico.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, advertiu o Irão que ultrapassou as "linhas vermelhas" ao disparar mísseis contra centros urbanos hoje à noite, após um ataque de Israel contra o Irão durante a madrugada.
"O Irão ultrapassou as linhas vermelhas ao ousar disparar mísseis contra centros urbanos em Israel", afirmou Katz em comunicado.
"Continuaremos a defender os cidadãos de Israel e a assegurar que o regime dos 'ayatollah' pague um preço muito elevado pelas suas ações hediondas", acrescentou.
O Irão informou a Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) de que as instalações nucleares de Fordo e Isfahan foram atingidas por ataques israelitas, anunciou hoje o chefe do organismo da ONU.
“As autoridades iranianas informaram-nos de ataques a duas outras instalações, o local de enriquecimento de urânio de Fordo e Isfahan, onde existe uma fábrica de conversão”, disse Rafael Grossi num discurso em vídeo ao Conselho de Segurança da ONU.
Um porta-voz iraniano disse em Teerão que os danos nas instalações de Fordo e Isfahan, no centro do país, eram mínimos, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Vários mísseis cruzaram hoje o espaço aéreo libanês, alguns dos quais foram intercetados, no momento em que o Irão retaliou contra os bombardeamentos israelitas a alvos iranianos desta madrugada.
Os mísseis foram vistos a sobrevoar várias zonas do Líbano, incluindo Beirute, de onde foi possível ver alguns deles a serem intercetados durante os primeiros lançamentos e, pouco depois, durante uma segunda onda, relatou a agência EFE.
Os meios de comunicação estatais iranianos afirmam que as forças do país abateram dois caças israelitas, nesta sexta-feira, durante um ataque aéreo em grande escala. “Pelo menos dois caças israelitas foram abatidos no espaço aéreo iraniano”, informou a agência de notícias oficial IRNA, sem dar mais detalhes.
Várias explosões foram ouvidas em Jerusalém, descrevem os jornalistas da agência de notícias France-Presse (AFP), num momento em que Israel está sob ataque de mísseis que terão sido lançados pelo Irão, em resposta ao ataque lançado na última madrugada contra instalações de desenvolvimentos de armas nucleares.
A Guarda Revolucionária do Irão confirmou que lançou, esta sexta-feira, um ataque contra dezenas de alvos em Israel. "A Guarda Revolucionária Islâmica executou a sua resposta decisiva e precisa contra dezenas de alvos, centros militares e bases aéreas do regime sionista usurpador nos territórios ocupados", declarou a Guarda num comunicado divulgado pelos media estatais.
O Exército israelita informou que a população foi avisada para procurar abrigos num momento em que existem "dezenas de mísseis iranianos" a caminho do país. No entanto, Israel tem um sofisticado sistema de defesa aérea, como pode relembra nesta notícia que publicámos.
As sirenes estão a tocar em Jerusalém e está em curso um ataque iraniano a Telavive. As imagens na cidade mostram uma nuvem de fumo. Terão sido lançados cerca de 100 mísseis contra Israel.
O primeiro-ministro israelita disse hoje esperar "várias vagas de ataques iranianos", em resposta aos ataques do exército contra instalações militares e nucleares do Irão, no início do dia.
"Esperamos ser expostos a várias vagas de ataques iranianos", disse Benjamin Netanyahu, numa declaração transmitida por vídeo. Netanyahu adiantou ter dado ordens para atacar o programa nuclear iraniano em novembro de 2024 e que o plano inicial de Israel era realizar os ataques no final de abril deste ano, embora tenha sido adiado ."A ordem surgiu logo após o assassínio do [líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan] Nasrallah", disse o chefe de governo israelita, na mesma mensagem.
O Conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, considerou impossível destruir o programa nuclear iraniano unicamente através da força, na sequência dos ataques massivos de Israel contra instalações militares e nucleares iranianas.
"É impossível destruir o programa nuclear apenas pela força. O objetivo é fazer com que os iranianos entendam que precisam de suspender o programa nuclear", disse Tzachi Hanegbi em entrevista ao Canal 12 de Israel.
A agência noticiosa oficial iraniana IRNA atualizou o balanço de vítimas dos ataques israelitas contra o Irão, para 18 mortos e 35 feridos. "Onze locais na província do Azerbaijão Oriental foram alvos de brutais ataques aéreos do regime sionista", informou a IRNA, citando as autoridades locais.
A direção de um dos hospitais de Teerão anunciou que as crianças mortas tinham entre 3 e 5 anos e que estão a receber feridos desde as primeiras horas desta manhã, sem especificar um número exato, de acordo com uma informação publicada inicialmente pela IRNA.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.
“O problema é que a Europa precisa de mais peso militar, para poder aumentar o seu peso geopolítico. O Sr. Netanyahu comunicou ao Presidente Trump que ia atacar. Não foi para nenhum dos líderes da Europa”, referiu o chefe de estado à margem de uma visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém.
“A Europa não pode manifestar muito mais do que preocupação se não tiver poder militar”, afirmou, defendendo um aumento faseado do investimento na área da Defesa, de 2% para 5% do PIB, com o objetivo de garantir maior peso político e estratégico à União.
O Governo de Israel anunciou hoje o encerramento de todas as embaixadas israelitas no mundo como parte das medidas de segurança adotadas após os bombardeamentos realizados nas últimas horas pelo exército contra o Irão.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita indicou que “devido aos recentes acontecimentos, as missões israelitas em todo o mundo serão encerradas e não serão prestados serviços consulares”, disse a Embaixada de Israel em Lisboa, através da página na internet.
Na mesma publicação, a embaixada disponibilizou uma ligação para um documento para que os israelitas no estrangeiro informem sobre a localização e o estado. A embaixada também pediu aos cidadãos fora do país que “contactem imediatamente” o departamento de emergências do ministério em caso de “emergência ou problemas”.
Por outro lado, recomendou que os cidadãos israelitas evitem exibir “símbolos judaicos ou israelitas em espaços públicos” e “a publicação de detalhes identificáveis sobre a localização ou planos de viagem nas redes sociais”.
Além disso, os israelitas não devem “comparecer em grandes reuniões, ou eventos associados a Israel, ou comunidades judaicas” e são exortados a “cooperar com as forças de segurança locais” e a “manter um alto nível de alerta em locais públicos”.
Alemanha e França reafirmaram, esta sexta-feira, o direito de Israel a proteger-se e a garantir a segurança do país, depois de ataques israelitas no Irão, que visaram alvos militares e nucleares e causaram vários mortos.
O chanceler alemão, Friedrich Merz, considerou que Israel tem o direito de se defender de potenciais ameaças, como a que representa o Irão, numa reação aos ataques lançados esta madrugada e que lhe foram comunicados diretamente pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Netanyahu informou Merz por telefone sobre a operação militar e “os objetivos”, tendo participado mesmo numa reunião do gabinete de segurança do Executivo alemão, explicou o chanceler nas redes sociais.
Friedrich Merz apelou à contenção de todas as partes para evitar “uma escalada maior”, destacando a preocupação com a atividade nuclear e militar do Irão. “Israel tem o direito de defender a existência e a segurança dos seus cidadãos”, afirmou o chanceler, reiterando a preocupação com o programa nuclear iraniano, nomeadamente o risco da possível obtenção de armamento atómico.
O chanceler lembrou que a Alemanha, em conjunto com França e Reino Unido, impulsionou uma resolução crítica contra o Irão no seio da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA). Depois da adoção desse texto, Teerão “ameaçou acelerar novamente o enriquecimento de urânio”, o que “representa uma grave ameaça para toda a região, especialmente para o Estado de Israel”.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, condenou nos termos “mais enérgicos possíveis” o ataque lançado pelas autoridades iranianas em retaliação aos bombardeamentos israelitas. “Estes acontecimentos são mais que preocupantes”, disse Johann Wadephul a partir do Cairo, onde cumpre uma visita oficial.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmou o direito de Israel a proteger-se, sublinhando que já condenou “por diversas vezes” o programa nuclear iraniano. “Para não pôr em risco a estabilidade de toda a região, apelo às partes para que façam prova da maior contenção e trabalhem pela "desescalada”, escreveu, na rede social X.
Macron acrescentou ter mantido já conversações com o presidente dos Estados Unidos, bem como com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, o rei da Jordânia, o presidente dos Emirados Árabes Unidos, o emir do Qatar, o chanceler alemão e o primeiro-ministro britânico. “Todas as medidas serão tomadas para proteger os nossos cidadãos e as nossas representações diplomáticas e militares na região”, garantiu ainda Emmanuel Macron, no final de uma reunião do conselho de defesa e segurança francês.
O PCP condenou “a agressão de Israel ao Irão” e instou o Governo português a condenar e exigir o fim da “escalada de guerra” que, considerou, aquele país tem protagonizado no Médio Oriente.
“O PCP considera da maior gravidade e condena veementemente a agressão de Israel ao Irão, na sequência de diversas e graves provocações e ataques que efetuou contra este país, do genocídio do povo palestiniano e dos permanentes bombardeamentos e ocupação por Israel de território libanês e sírio”, refere o partido.
Em comunicado, os comunistas instam o Governo português a “condenar a escalada de guerra que Israel, com a conivência dos EUA, do Reino Unido e da União Europeia, leva a cabo no Médio Oriente, e a exigir o seu fim imediato”. “A agressão de Israel ao Irão não podia ter sido realizada sem o apoio dos EUA e a cumplicidade das grandes potências da NATO e da União Europeia, que têm promovido décadas de violações do direito internacional, de ingerência, de desestabilização e de guerra no Médio Oriente”, defendem.
O PCP refere também que “os EUA, e Israel, único país detentor de armas nucleares no Médio Oriente, são os primeiros e principais responsáveis pelo sério agravamento da situação nesta região e pelas consequências desta nova agressão”.
O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou, esta sexta-feira, a instar o Irão a chegar a um acordo nuclear com os Estados Unidos, advertindo que Israel planeia ataques “ainda mais brutais”, mas que é possível travar “este massacre”.
“Dei ao Irão várias oportunidades para chegar a um acordo. Disse-lhes, com toda a firmeza, para ‘simplesmente o fazerem’, mas por mais que tentassem, por mais perto que chegassem, simplesmente não conseguiam concretizar”, escreveu hoje Donald Trump na sua rede social, Truth Social, após o ataque da madrugada de hoje de Israel contra o Irão.
Na mesma publicação, o líder norte-americano disse que avisou Teerão de que “seria muito pior do que qualquer coisa que eles conhecessem, antecipassem ou tivessem ouvido falar, que os Estados Unidos fabricam o melhor e mais letal equipamento militar do Mundo, de longe, e que Israel tem muito desse equipamento, com muito mais por vir — e eles sabem como usá-lo”. “Já houve muita morte e destruição, mas ainda há tempo para pôr fim a este massacre, com os próximos ataques já planeados a serem ainda mais brutais”, defendeu.
O ataque de Israel ao Irão teve repercussões nos transportes em toda a região. O espaço aéreo sobre o Irão, Iraque, Jordânia e Israel estava praticamente sem aeronaves, com voos de e para o Golfo Pérsico fortemente concentrados no norte da Arábia Saudita, de acordo com o portal de monitorização "Flightradar24".
A Emirates Airlines anunciou, no seu site, o cancelamento de todos os voos que serviam o Irão, o Iraque, a Jordânia e o Líbano.
O porta-voz do exército israelita, Effie Defrin, advertiu que o país deve preparar-se para “uma operação prolongada” sobre os ataques contra o Irão, que disse integrarem “um plano ordenado e gradual” que continua em marcha.
Numa breve declaração virtual, Defrin assinalou que o exército israelita está a monitorizar os movimentos do Irão e garantiu que Teerão se está a preparar para responder novamente a Israel, após o primeiro ataque lançado hoje de manhã com uma centena de drones intercetados pelas forças israelitas. “Estamos a monitorizar o Irão, a preparar-nos para uma resposta iraniana; sabemos que eles se estão a preparar para responder e disparar contra nós”, disse o porta-voz militar.
Quanto à operação militar, Defrin referiu que as Forças de Defesa de Israel (FDI) “estão a operar de acordo com um plano ordenado e gradual”. “Atualmente, as FDI continuam o ataque planeado contra os alvos da operação, juntamente com uma defesa sólida do Estado de Israel”, acrescentou.
Portugal segue “com enorme preocupação” o conflito entre Israel e Irão e pede “máxima contenção”, disse hoje o Governo, que está em contacto com as missões diplomáticas na zona para garantir a proteção dos portugueses.
“Portugal segue com enorme preocupação o agravamento da situação no Médio Oriente. Exorta à máxima contenção, evitando uma perigosa escalada e reabrindo canais diplomáticos”, afirmou, através das redes sociais, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, liderado por Paulo Rangel.
Na mesma publicação, o Governo afirma estar em contacto com as missões diplomáticas portuguesas para “assegurar a proteção dos portugueses na região”.
Cidadãos iranianos saíram, esta sexta-feira, para as ruas da capital Teerão e de outras cidades, pedindo vingança contra Israel, após os ataques israelitas a instalações nucleares e militares e a morte de vários oficiais e cientistas.
Abbas Ahmadi, de 52 anos, mostrava-se hoje de manhã muito zangado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmando não ser possível "deixar este sacana” continuar. Caso contrário, acrescentou, “vamos acabar como Gaza”, devastada por mais de 20 meses de guerra. “O Irão tem de o destruir, tem de fazer alguma coisa”, apelou este funcionário, que seguia de carro numa rua da capital, citado numa reportagem da agência de notícias France Presse.
A maior parte das ruas de Teerão estavam praticamente desertas hoje de manhã, com a maioria das lojas fechadas devido ao feriado para assinalar o festival xiita de al-Ghadir. No centro da capital, onde se situam muitos edifícios oficiais, os iranianos manifestavam-se nas ruas contra o "inimigo declarado" e o "aliado norte-americano".
O presidente iraniano condenou, esta sexta-feira, o “ataque selvagem e criminoso” de Israel, que lançou vários bombardeamentos contra o país, e prometeu “uma resposta poderosa e legítima” de Teerão que fará com que “o inimigo se arrependa desta ação estúpida”.
“Fomos testemunhas de um ataque selvagem e criminoso do regime sionista contra Teerão e outras cidades do país durante esta noite, que custou a vida a civis inocentes, incluindo mulheres e crianças, bem como a comandantes militares e cientistas nucleares”, afirmou Masoud Pezeshkian, sem que as autoridades tenham dado, até ao momento, um balanço oficial das vítimas.
“Este ato bárbaro, que viola completamente todos os compromissos internacionais, revela a natureza criminosa do regime sionista, cuja existência se baseia na ocupação, na agressão e no assassinato de crianças”, disse Pezeshkian.
Para o presidente iraniano, estes bombardeamentos “demonstram ao mundo a verdade que o Irão defende há anos sobre a agressão e os crimes serem inerentes à natureza do regime sionista”.
Os ataques israelitas contra o Irão, hoje de madrugada, incluíram entre os alvos o chefe da Força Aérea da Guarda Revolucionária, Amir Ali Hajuzadeh, cuja morte Teerão já reconheceu.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, reuniu-se na manhã de hoje com altos responsáveis militares e de segurança para discutir o alcance da vaga de bombardeamentos lançada durante a noite em vários locais do Irão.
Num destes ataques, a um quartel subterrâneo, Israel terá atingido uma divisão da Força Aérea da Guarda Revolucionária, de acordo com um comunicado do Ministério israelita.
Os serviços de informação israelitas declararam morto o chefe da Força Aérea Amir Ali Hajizadeh, que Israel descreve como uma "figura central" no lançamento de ataques aéreos.
O comandante da unidade de ‘drones’ e um alto funcionário do Comando Aéreo também terão sido "eliminados", de acordo com as autoridades israelitas.
O Irão sofreu uma nova onda de ataques israelitas em vários pontos do seu território, incluindo a principal central nuclear do país, em Natanz, informaram os meios de comunicação iranianos, enquanto Teerão promete vingar-se. “Novos ataques contra as instalações nucleares de Natanz, Tabriz e Shiraz”, informou o meio de comunicação social Iran Nuances, que publicou imagens de um edifício em chamas que parecia ser a central de urânio.
A principal central de enriquecimento de urânio iraniana, Natanz, já tinha sido atacada na madrugada, conforme confirmado pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
Outros meios de comunicação social informaram sobre bombardeamentos contra a cidade de Tabriz, no noroeste do Irão, cidade que abriga a base militar aérea de Fakouri.
Um incêndio deflagrou no aeroporto de Tabriz, no noroeste do Irão, segundo os meios de comunicação locais.
A União Europeia (UE) mantém abertos os canais diplomáticos com Telavive e Teerão, após os ataques de Israel ao Irão, na madrugada desta sexta-feira. “Os canais estão abertos com os dois lados”, referiu, na habitual conferência de imprensa diária, o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Anouar El Anouni.
O porta-voz acrescentou que a Alta Representante da UE para a Política Externa, Kaja Kallas, já falou com o seu homólogo israelita, Gideon Saar, e os serviços de Ação Externa mantém contactos com Teerão.
Israel lançou um surpreendente ataque contra alvos militares e nucleares do Irão. Teerão anunciou, sem especificar um número concreto, dezenas de mortos, nomeadamente a do líder da poderosa Guarda Revolucionária. Telavive alegou que o objetivo da operação foi o de tentar travar o fabrico de armamento nuclear.
O movimento libanês Hezbollah condenou os ataques aéreos mortais israelitas sobre o Irão, que visaram alvos militares e nucleares, classificando-os como uma “agressão brutal” que, segundo o grupo pró-iraniano, “ameaça incendiar toda a região”. Israel “está a lançar-se em aventuras que podem inflamar todo o Médio Oriente”, alertou o Hezbollah, em comunicado.
Entretanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Líbano — país recentemente marcado por meses de tensão e confrontos entre o Hezbollah e o exército israelita — indicou que estão em curso contactos diplomáticos com vista a “poupar o Líbano a eventuais repercussões” na sequência da ofensiva israelita.
O exército israelita disse que a maior central de urânio do Irão, localizada em Natanz, sofreu danos significativos e confirmou ataques contras outras infraestruturas e stocks de mísseis balísticos. “Durante a noite, caças da Força Aérea israelita […] atacaram a central de enriquecimento de urânio do regime iraniano. Esta é a maior central do Irão”, indicou, em comunicado.
O ataque causou danos na área subterrânea da central, onde se encontram centrifugadoras e material elétrico. Foram ainda atacadas outras “infraestruturas críticas”, que permitem o funcionamento da central.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano considerou o ataque de Israel na madrugada de hoje "uma declaração de guerra contra a República Islâmica do Irão" por parte do "regime mais terrorista do mundo", que já ultrapassou "todas as linhas vermelhas".
"Estas ações coordenadas equivalem a uma declaração de guerra contra a República Islâmica do Irão e fazem parte de um padrão de comportamento ilegal e desestabilizador por parte de Israel na região, que representa uma grave ameaça à paz e à segurança internacionais", afirmou Abbas Araqchi, em comunicado sobre as ações de Israel. Araqchi advertiu que o Irão reafirma o seu direito inerente à autodefesa e responderá "com firmeza e de forma proporcional" ao ataque israelita.
O Papa Leão XIV recebeu o presidente libanês, Joseph Aoun, e ambos concordaram que a pacificação no Médio Oriente é cada vez mais essencial, após o ataque de Israel ao programa nuclear do Irão.
Leão XIV recebeu em audiência Aoun, que se encontrou posteriormente com o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano.
De acordo com um comunicado do Vaticano, nessas conversações "foi manifestada a esperança de que o Líbano, através do processo de estabilização e reforma, experimente uma nova fase de harmonia política e recuperação económica, o que lhe permitirá fortalecer os ideais de coexistência entre as religiões e de promoção do desenvolvimento que o caracterizam”.
Sobre a situação no Médio Oriente, e perante uma escalada de tensão entre Israel e Irão, Leão XIV e Aoun concordaram na “necessidade necessária e essencial de promover a pacificação” daquela região, segundo o mesmo comunicado.
O líder supremo iraniano, o aiatolá’ Ali Khamenei, nomeou, esta sexta-feira, um novo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e um novo chefe da Guarda Revolucionária, após o ataque israelita que matou os seus antecessores. Em decretos separados, Khamenei nomeou Abdolrahim Mousavi como chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, para suceder ao general Mohammad Hossein Bagheri, e Mohammad Pakpour como chefe do Corpo da Guarda Revolucionária, exército ideológico da República Islâmica, em substituição de Hossein Salami.
Khamenei confirmou a morte de um número indeterminado de altos funcionários militares e civis e prometeu um destino "amargo e doloroso" para Israel. Entre os militares iranianos mortos está também o general Gholam Ali Rashid, responsável pela base aérea Khatam ol-Anbiya.
Um alto conselheiro do líder supremo iraniano ficou ferido com gravidade durante o ataque lançado por Israel contra a República Islâmica, informou a imprensa iraniana. "Ali Chamkhani, conselheiro do líder supremo (...) ficou ferido no ataque realizado hoje pelo regime sionista", segundo a televisão estatal iraniana, referindo-se a Israel.
Também morreram os cientistas nucleares Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, apelou, esta sexta-feira, à contenção e à diplomacia após os ataques de Israel ao Irão, situação com a qual está “profundamente preocupado”. “Estou profundamente preocupado com os últimos acontecimentos no Médio Oriente”, referiu Costa, numa mensagem divulgada nas redes sociais, na qual apelou “à contenção e à diplomacia”.
O ex-primeiro-ministro apelou ainda a que seja evitada “uma nova e perigosa escalada, que desestabilizaria toda a região” do Médio Oriente.
A administração do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, garantiu que o Irão já está a tomar “medidas defensivas, políticas e legais” para fazer com que Israel “se arrependa” do ataque de hoje de madrugada contra o país persa.
“A partir deste momento, o Governo da República Islâmica do Irão começou a tomar as medidas defensivas, políticas e legais necessárias para que o ilegítimo Israel se arrependa e negará aos israelitas um momento de descanso”, afirmou a administração de Pezeshkian, num comunicado citado pela agência oficial iraniana, IRNA. “O final desta história será escrito pelo Irão”, refere o comunicado, que defende o direito de Teerão de se defender.
As autoridades israelitas anunciaram que a população do país já não era obrigada a permanecer perto de abrigos, levantando as restrições impostas no início do dia, após ataques aéreos do exército ao Irão. “Fim da necessidade de permanecer perto dos abrigos”, declarou o comando da Frente Interna do Exército (Defesa Passiva), em novas diretrizes dirigidas aos cidadãos.
No início do dia, a Defesa Passiva ordenou à população que não se afastasse dos abrigos enquanto o exército realizava ataques ao Irão.
A Liga Árabe, formada por 22 países árabes, apelou hoje para a contenção de uma escalada da tensão após o ataque de Israel ao Irão na madrugada de hoje e para se “evitar que a situação fique fora de controlo”.
“A Secretaria-Geral da Liga Árabe condena os ataques israelitas contra o território iraniano e afirma que constituem uma violação flagrante do Direito internacional”, afirmou a entidade pan-árabe, com sede no Cairo, num comunicado.
Além disso, exigiu “uma intervenção decisiva e imediata da comunidade internacional para deter esses ataques, que ameaçam abalar a região”, além de sublinhar “a necessidade de conter a escalada e evitar que a situação fique fora de controlo”.
Os Estados Unidos afirmaram, esta sexta-feira, que o Irão não pode ter uma bomba nuclear, como justificação para o ataque lançado esta madrugada por Israel contra Teerão, e avisaram que estão preparados para se defender e defender Israel de retaliações.
“O Irão não pode ter a bomba nuclear e nós esperamos voltar à mesa das negociações. Veremos”, declarou o presidente norte-americano Donald Trump após os ataques, citado pela "Fox News". Trump sublinhou ainda que “os Estados Unidos estão preparados para se defender e defender Israel caso o Irão responda”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou hoje como “notícias profundamente alarmantes” as relativas aos bombardeamentos israelitas a dezenas de alvos militares e nucleares iranianos no Irão e apelou à “máxima contenção” das partes.
“As notícias que nos chegam do Médio Oriente são profundamente alarmantes. A Europa apela a todas as partes para que deem provas da máxima contenção, reduzam imediatamente a escalada e se abstenham de retaliações”, escreveu Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X. “Uma resolução diplomática é agora mais urgente do que nunca, a bem da estabilidade da região e da segurança mundial”, adiantou a líder do executivo comunitário.
As forças armadas iranianas afirmaram que não haverá limites na sua resposta a Israel após os ataques da madrugada à capital iraniana, Teerão, e a várias outras cidades do país. “Agora que o regime terrorista que ocupa al-Quds (Jerusalém, em árabe) ultrapassou todas as linhas vermelhas, não há limites para a resposta a este crime”, declarou o Estado-Maior do exército iraniano em comunicado.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) afirmou que ataques como o de hoje, de Israel contra o Irão, têm "sérias implicações para a segurança nuclear" e constituem uma violação das regras da ONU sobre ações armadas contra instalações atómicas.
"Este é um desenvolvimento muito preocupante. Tenho afirmado repetidamente que as instalações nucleares nunca devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, uma vez que podem prejudicar tanto as pessoas como o ambiente", afirmou o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi.
Dirigindo-se ao Conselho de Governadores da AIEA, Grossi recordou que numerosas resoluções da ONU afirmam que qualquer ataque armado a instalações nucleares pacíficas "constitui uma violação dos princípios da Carta das Nações Unidas, do direito internacional e dos Estatutos da Agência".
A primeira conversa telefónica do ministro israelita dos Negócios Estrangeiros foi hoje com o seu homólogo alemão, a quem assegurou que o ataque ao Irão durante a madrugada foi decidido "no último minuto, depois de esgotadas todas as outras vias".
"O mundo inteiro viu e compreendeu que os iranianos não estavam dispostos a parar e que nós tínhamos de os parar. O último relatório da AIEA (Agência Internacional da Energia Atómica) ilustra as graves violações cometidas pelo Irão. Sabemos que nos esperam dias difíceis, mas não temos outra alternativa", disse Gideon Saar a Wadephul, de acordo com uma declaração no seu canal.
Saar disse ainda a Johann Wadephul que foi "uma decisão unânime do Gabinete eliminar a ameaça iminente para o nosso povo e a ação das Forças de Defesa de Israel".
O ministro dos Negócios Estrangeiros também falou mais tarde com o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, sobre o objetivo de "eliminar o plano iraniano" e também sobre a ofensiva israelita em curso na Faixa de Gaza. Durante a conversa, Saar reiterou a Tajani que o seu governo "está interessado em chegar a um acordo para libertar os reféns" (ainda há 53 cativos no enclave palestiniano) e acusou o Hamas de o rejeitar.
A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, disse que a situação no Médio Oriente é perigosa, após um ataque de Israel ao Irão. “A situação no Médio Oriente é perigosa”, referiu a alta Representante para a Política Externa da UE, numa mensagem divulgada nas redes sociais e na qual apela “a todas as partes para que deem provas de contenção e evitem uma nova escalada” conflitual. “A diplomacia continua a ser o melhor caminho a seguir e estou pronta a apoiar todos os esforços diplomáticos no sentido de desanuviar a situação”, acrescentou Kallas.
As principais bolsas europeias começaram a sessão com quedas superiores a 1%, após o ataque de Israel a instalações nucleares do Irão, que promete retaliações, o que está a provocar fortes aumentos no preço do petróleo.
Cerca das 9 horas, o EuroStoxx 600 estava a perder 0,73% para 545,83 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt perdiam 0,55%, 0,70% e 1,05%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão desciam 1,39% e 1,36%.
A bolsa de Lisboa aprofundava a tendência negativa da abertura e, pelas 9.15 horas, o principal índice, o PSI, caía 0,79% para 7.468,18 pontos.
O euro, depois de na quinta-feira ter sido negociado acima de 1,16 dólares, desvalorizava-se hoje 0,40%, para 1,154 dólares.
Os investidores estarão atentos nesta sessão para saber se, após o ataque de Israel às instalações nucleares e balísticas do Irão, a reunião marcada para domingo entre os EUA e o Irão sobre o programa nuclear iraniano se mantém.
A forte tensão geopolítica levou o petróleo a subidas superiores a 5%.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, defendeu que é “crucial trabalhar para uma desescalada” da tensão no Médio Oriente, após os ataques aéreos lançados por Israel contra múltiplos alvos militares e nucleares no Irão.
“Trata-se claramente de uma situação que evolui rapidamente e de uma ação unilateral por parte de Israel”, afirmou Mark Rutte durante um encontro com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson. “É agora crucial que muitos aliados, incluindo os Estados Unidos, trabalhem neste momento para reduzir a escalada”, acrescentou.
“A França apela a todas as partes para que mostrem contenção e evitem qualquer escalada suscetível de comprometer a estabilidade regional”, declarou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, através da rede social X. O responsável francês reiterou ainda “as profundas preocupações” do seu país relativamente ao programa nuclear iraniano, considerando “essencial que todas as vias diplomáticas sejam mobilizadas para reduzir as tensões”.
Da Alemanha, chegou igualmente a mesma mensagem, num apelo a que as duas partes possam evitar a escalada.
Também a China expressou a sua “profunda preocupação” com as possíveis consequências do ataque israelita e instou as partes envolvidas a evitar uma intensificação do conflito. “A China acompanha de perto os ataques de Israel contra o Irão e está profundamente preocupada com as possíveis consequências graves destas ações”, afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa em Pequim. O representante chinês frisou que Pequim se opõe “a qualquer ação que viole a soberania, a segurança ou a integridade territorial do Irão”, bem como a todas as medidas que “agravem as tensões e ampliem o conflito”.
Por sua vez, a Turquia exortou Israel a cessar de imediato as suas “ações agressivas” contra o Irão, informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, reiterando preocupações com a escalada do conflito na região.
O exército de Israel anunciou que o Irão lançou mais de 100 drones contra território israelita e que "todos os sistemas de defesa estão a funcionar para eliminar as ameaças".
Numa breve conferência de imprensa virtual, o porta-voz do exército, Effie Defrin, admitiu que se avizinham "horas difíceis" face à resposta do Irão a que mataram altos funcionários militares e nucleares iranianos.
Defrin informou que 200 aviões de combate participaram no ataque lançado esta manhã contra o Irão, atingindo mais de cem pontos no país com 330 tipos diferentes de munições.
O porta-voz disse que entre os alvos estavam o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, general Mohammad Hossein Bagueri, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, general Hossein Salami, e o líder da base aérea de Khatam ol-Anbiya, general Gholam Ali Rashid.
A imprensa oficial iraniana já confirmou a morte tanto dos três dirigentes militares como de pelo menos seis cientistas nucleares.
"Abdolhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Amirhossein Feqhi, Motalleblizadeh, Mohammad Mehdi Tehranchi e Fereydoun Abbasi são os cientistas nucleares martirizados" no ataque israelita, informou a agência de notícias Tasnim.
Pelo menos nove pessoas morreram e uma centena ficaram feridas devido aos ataques, disseram agências de notícias oficiais iranianas.
O exército de Israel, que bombardeou instalações onde se encontravam altos funcionários iranianos e cientistas nucleares, afirmou que o Irão trabalhava num plano secreto para desenvolver "todos os componentes" de uma arma nuclear.
"O regime iraniano está a seguir um plano secreto de avanço tecnológico em todos os aspetos do desenvolvimento de uma arma nuclear. No âmbito deste plano, cientistas nucleares de alto nível no Irão têm estado a trabalhar em segredo para desenvolver todos os componentes necessários para uma arma nuclear", disse o exército, em comunicado.
Ainda de acordo com os militares israelitas, o Irão trabalhava para produzir "milhares de quilos" de urânio enriquecido, bem como compostos de enriquecimento descentralizados e fortificados "em instalações subterrâneas", para enriquecer urânio com o objetivo de obter uma arma nuclear "num curto espaço de tempo".
Nos últimos meses, afirmou o exército, este programa acelerou significativamente.
"Esta é uma prova clara de que o regime iraniano está a operar para obter uma arma nuclear. O Estado de Israel não tem outra escolha", acrescenta-se no comunicado para justificar os ataques.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu um destino "amargo e doloroso" para Israel, após os ataques que mataram altos funcionários militares e nucleares iranianos. “Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si, e irá certamente recebê-lo”, disse Khamenei, numa declaração publicada na Internet.
A principal autoridade política e religiosa do Irão notou ainda que o agressor vai receber um “castigo severo”, mencionando a “natureza malvada” israelita com os ataques a áreas residenciais na capital iraniana.
Khamenei confirmou a morte de um número indeterminado de cientistas militares e nucleares no ataque e disse que os “sucessores retomarão imediatamente as suas funções”.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, instou Israel e o Irão a "exercerem a máxima contenção" após os bombardeamentos israelitas lançados hoje contra alvos militares e nucleares iranianos.
Num comunicado, Farhan Haq, porta-voz do líder da ONU, condenou, de um modo geral, "qualquer escalada militar no Médio Oriente".
O documento indicou que Guterres estava "particularmente preocupado" com os ataques israelitas às instalações nucleares iranianas, numa altura em que estavam marcadas negociações entre os Estados Unidos e o Irão.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) disse que, apesar dos ataques israelitas à central de enriquecimento nuclear de Natanz, no centro do país, "os níveis de radiação não aumentaram".
Horas antes, a AIEA tinha confirmado que a central de Natanz foi atingida por bombardeamentos israelitas contra alvos militares e nucleares no Irão. "A AIEA está a monitorizar de perto a situação preocupante no Irão. A Agência confirma que a central de Natanz está entre os alvos atingidos", escreveu a agência na rede social X, numa mensagem assinada pelo diretor-geral, Rafael Grossi.
A agência acrescentou que "as autoridades iranianas informaram a AIEA de que a central nuclear de Bushehr não foi atacada".
Esta central, em funcionamento desde 2011, está localizada no sul do Irão.
A China apelou aos seus cidadãos em Israel para que mantenham a calma e reforcem a vigilância, na sequência do ataque conduzido por Israel contra o Irão, ao qual o exército iraniano prometeu responder.
Num comunicado divulgado pela embaixada chinesa em Telavive, as autoridades apelaram aos seus nacionais para que “acompanhem de perto a evolução da situação, mantenham a calma, estejam extremamente vigilantes e se preparem para se proteger de diversos tipos de ataques, nomeadamente mísseis e veículos aéreos não tripulados [‘drones’]”.
A embaixada aconselhou ainda os cidadãos chineses a “evitarem sair de casa, exceto em caso de absoluta necessidade, e a manterem-se afastados de instalações militares e instituições sensíveis”.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, afirmou que Israel disse a Washington que atacar o Irão era "necessário para a sua defesa".
Rubio alertou na quinta-feira o Irão para não "atingir interesses norte-americanos" em retaliação. "Não estamos envolvidos em ataques contra o Irão e a nossa principal prioridade é proteger as forças norte-americanas na região", disse Rubio, citado num comunicado.
O presidente dos EUA, Donald Trump, vai liderar uma reunião do Conselho de Segurança Nacional ainda hoje, anunciou a Casa Branca, após os ataques israelitas.
"Israel disse-nos que acredita que esta ação é necessária para a sua defesa", acrescentou Rubio, sem apoiar explicitamente os ataques que descreveu como unilaterais do aliado próximo dos EUA. "O presidente Trump e a sua administração tomaram todas as medidas necessárias para proteger as nossas forças e mantêm-se em contacto próximo com os nossos parceiros regionais", disse.
O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel disse que o país está a meio de "uma campanha histórica sem precedentes" contra o Irão, após bombardear dezenas de alvos militares e nucleares iranianos.
"Esta é uma operação crucial para evitar uma ameaça existencial de um inimigo que procura destruir-nos. Iniciámos esta operação porque chegou o momento: estamos num ponto sem retorno. Não podemos dar-nos ao luxo de esperar", disse Eyal Zamir, numa declaração em vídeo.
Além de alegados alvos e instalações militares, Israel também tem como alvo cientistas nucleares iranianos e altos funcionários iranianos.
A morte do comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irão, o general Hosein Salami, foi confirmada, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana IRNA.
"Civis de Israel, não posso prometer sucesso absoluto; o regime iraniano tentará atacar-nos em resposta e o custo esperado será diferente daquele a que estamos habituados", prosseguiu Zamir, exortando os cidadãos a cumprirem as instruções de segurança. "Esta é uma operação crucial para evitar uma ameaça existencial de um inimigo que nos quer destruir", acrescentou o chefe do Estado-Maior.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou, esta sexta-feira, que a central nuclear iraniana de Natanz foi atingida por bombardeamentos israelitas contra alvos militares e nucleares no Irão.
"A AIEA está a monitorizar de perto a situação preocupante no Irão. A Agência confirma que a central de Natanz está entre os alvos atingidos", escreveu a agência na rede social X, numa mensagem assinada pelo diretor-geral, Rafael Grossi.
A AIEA afirmou ainda que está "em contacto com as autoridades iranianas", para vigiar "os níveis de radiação", e com os inspetores da agência no país.
As forças israelitas lançaram, durante a madrugada desta sexta-feira, aquilo a que apelidaram de "ataque preventivo" contra o Irão. O alvo foi o "centro nuclear" da capital. Teerão deve responder em breve.
A televisão estatal do Irão avançou, esta sexta-feira, que o chefe da Guarda Revolucionária iraniana, um poderoso grupo paramilitar, poderá ter morrido nos ataques israelitas contra Teerão.
Um responsável da segurança de Israel disse que também o chefe do Estado-Maior iraniano poderá ter sido morto na sequência da ofensiva. "É provável que o chefe do Estado-Maior iraniano [general Mohammed Bagheri] e os principais especialistas nucleares tenham sido eliminados nos ataques iniciais", notou, num comunicado, o dirigente, que não quis ser identificado.