Traficantes de droga terão matado três médicos de São Paulo por confundirem elemento de milícia a abater com uma das vítimas, no Rio de Janeiro.
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Um grupo armado abriu fogo contra quatro homens numa esplanada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, na madrugada de quinta-feira, por volta da 1 hora. Três morreram (um dos quais no local) e um quarto continua hospitalizado. Eram todos médicos de São Paulo e estavam no Rio num congresso de ortopedia.
Imagens de videovigilância entretanto divulgadas mostram o momento do crime: um carro chega ao local, à beira-mar, alguns indivíduos saem, disparam mais de 30 balas em menos de meio minuto e voltam a entrar na viatura, fugindo do local. Não roubam nada e para trás deixam as quatro vítimas.
A principal tese que está em investigação, avançada pela TV Globo e pela BBC Brasil, que citam fontes policiais, é a de que os autores do homicídio sejam traficantes de droga e que tinham como alvo um dos principais milicianos da zona oeste carioca.
Suspeitos terão sido avisados erradamente
O homem em causa, Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que mora perto do quiosque que foi cenário dos disparos, frequentando-o habitualmente, tem fortes semelhanças físicas com uma das vítimas, o médico Perseu Ribeiro Almeida, que morreu no local. A vítima e o suposto alvo têm peso, altura, cabelo e barba parecidos. Nas imagens divulgadas, é possível ver um dos atiradores conferir o estado de Perseu, já baleado no chão.
As autoridades priveligiam a hipótese de os autores dos disparos terem sido erroneamente informados acerca da presença de Taillon e de terem partido para o local, sem plano prévio. A tese explicaria, diz a imprensa brasileira, o facto de os suspeitos não terem os rostos tapados, como é comum em homicídios planeados, e, inclusivamente, de um deles estar vestido de calções.
Entre as vítimas mortais está o ortopedista Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada brasileira Sâmia Bomfim.
Segundo a TV Globo, a Polícia Civil do Rio encontrou, posteriormente, os corpos de pelo menos dois traficantes suspeitos de participação na execução dos médicos. A investigação prossegue.