O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, disse que vai abdicar do seu salário de primeiro-ministro e de ministro das Finanças, no momento em que anunciou a adopção de um novo plano de austeridade.
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O governo italiano adoptou, este domingo, um novo plano de austeridade para combater a crise da dívida soberana, estimado em 24 mil milhões de euros, e atingir o equilíbrio orçamental em 2013.
"No momento em que exigimos sacrifícios a todos os cidadãos, parece-me ser meu dever renunciar ao meu salário", afirmou Mario Monti numa conferência de imprensa, citado pela agência France Presse.
"Ponderamos muito as questões de justiça, tivemos de distribuir alguns dos sacrifícios, mas tivemos muito trabalho para os distribuir de forma equitativa", destacou o governante, citado pela Associated Press.
O líder do executivo irá apresentar as medidas às duas câmaras do Parlamento italiano, esta segunda-feira.
Esta nova ronda de austeridade inclui cortes na despesa pública e aumentos em alguns impostos, nomeadamente os ligados ao imobiliário.
Além disso, o governo quer avançar com uma controversa reforma do sistema de pensões. A reforma irá aumentar o número de anos de contribuições exigido (está actualmente nos 40), enquanto o cálculo das pensões passará a ter base em toda a carreira contributiva e não apenas nos últimos anos.
O antecessor de Mario Monti, Silvio Berlusconi, já anunciara dois pacotes de austeridade em Julho e Setembro.
No entanto, as medidas de Berlusconi não foram suficientes para convencer nem os investidores nem os parceiros da Itália na União Europeia. Os juros das obrigações do Tesouro italiano continuaram a subir, e Berlusconi acabou por se afastar, a 12 de Novembro.