O procurador de Manhattan afirmou que o processo-crime contra Dominique Strauss-Khan, confirmado por um comité de jurados, inclui provas que mostram que o ex-diretor do FMI praticou "actos sexuais forçados, não consensuais" com a alegada vítima.
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"O Grand Jury (comité de jurados), um corpo independente composto por jurados imparciais, considerou as provas apresentadas pelo meu gabinete, e determinou que são suficientes para avançar com o processo", disse o procurador Cyrus Vance, Jr, após a audiência de quinta-feira no Tribunal Criminal.
"Na lei americana, estas são acusações extremamente sérias, baseadas na determinação do Grand Jury, de que as provas apoiam a prática de actos sexuais forçados, não consensuais", adiantou.
De acordo com a imprensa norte-americana, a defesa admite sustentar em tribunal que houve actos sexuais, mas consensuais.
O juiz Michael Obus decidiu colocar o antigo chefe do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, em prisão domiciliária, depois de lhe estipular uma caução de um milhão de dólares (700 mil euros) e um seguro-caução no valor de cinco milhões de dólares, garantido por propriedade imobiliária nos Estados Unidos.
Ao fim de duas horas de audiência no Tribunal Criminal de Manhattan, interrompidas por 40 minutos para que o juiz revisse a proposta de liberdade sob caução apresentada pela defesa, ficou estabelecido que a ordem de libertação seja dada já sexta feira, se aceites as garantias financeiras.
No final, o procurador afirmou à imprensa, grande parte dela francesa e estrangeira em geral, que Strauss-Khan terá direito a todas as "protecções para assegurar um julgamento justo", e que a imparcialidade da Justiça criminal é um "pilar da democracia norte-americana há mais de 200 anos".
O ex-director do FMI voltará à barra a 6 de Junho, para a sessão de acusação pública no Tribunal Supremo.
Strauss-Khan é acusado de crimes sexuais em primeiro grau, o que só por si pode valer uma pena de até 25 anos de prisão, além de tentativa de violação, abusos sexuais, sequestro, entre outros crimes.
O Grand Jury confirmou todas as acusações contra Strauss-Khan apresentadas no tribunal criminal na segunda feira, segundo nota divulgada pela Procuradoria.
O processo apresentado em tribunal sustenta que o economista e político francês trancou dentro do seu quarto de hotel a vítima, uma empregada de limpeza, e que abusou sexualmente dela.
O procurador-adjunto John McConnell está encarregue do processo.
Strauss-Khan não irá comparecer em tribunal na sexta feira, para uma sessão que servirá para finalizar o acordo de fiança.
Este inclui, além da caução financeira, monitorização 24 horas, através de pulseira electrónica e por uma empresa de segurança privada.
Até que o juiz dê ordem de libertação, Strauss-Khan ficará entregue ao Departamento Correccional de Nova Iorque.