O presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou, esta quarta-feira, que vai usar "todo o peso que a Presidência tiver" para restringir o uso de armas de fogo no país, apelando ao Congresso para que faça o mesmo.
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Um mês depois do massacre de 20 crianças numa escola primária em Newtown, no Estado do Connecticut, Barack Obama fez uma declaração Casa Branca, ao lado do vice-presidente Joe Biden, defendendo ser "uma obrigação tentar" salvar vidas em perigo devido ao uso disseminado de armas de fogo.
"Nos próximos dias, pretendo usar todo o peso que este gabinete tem para tornar uma realidade" nova legislação mais restritiva, afirmou o presidente norte-americano.
Na sequência do massacre de Newtown, a opinião pública norte-americana virou-se a favor de maior controlo do uso de armas, dando cobertura à presidência para esta tentativa de alterações legislativas.
Plano de Obama tem 23 medidas
O plano de Obama passa por apresentar na próxima semana legislação banindo o uso de armas de guerra, limitar os cartuchos de alta capacidade, aumentar o controlo sobre o perfil dos compradores de armas, a par de leis contra o tráfico de armas.
Mas também prometeu contornar a aprovação do Congresso, reforçando o cumprimento de leis existentes sobre armas de fogo e a partilha de informação entre agências federais, com o objetivo de impedir que cheguem às mãos de cadastrados ou potenciais criminosos.
Ao todo, o plano envolve quatro grandes propostas legislativas e 23 medidas executivas paralelas.
Esta quarta-feira, Obama iniciou a sua declaração citando cartas que recebeu de crianças, algumas das quais estavam na audiência na Casa Branca, apelando a que sejam tomadas medidas contra o uso de armas.
Lóbi pró-armas "ataca"
O presidente norte-americano irá contar com a oposição do lóbi pró-armas, a National Rifle Association, que na terça-feira divulgou um vídeo que qualifica Obama de "elitista hipócrita" por ter proteção dos serviços secretos para as suas filhas, enquanto se opõe à presença de guardas armados nas escolas do país.
O video motivou uma resposta irada da Casa Branca, cujo porta-voz Jay Carney disse ser "repugnante e cobarde" envolver as filhas do presidente na discussão pública.