O CDS-PP irá votar contra o Orçamento Retificativo, acusando o Governo socialista de adotar a fuga em frente no caso Banif, como fez no do BPN, prejudicando os contribuintes. O PSD vai abster-se, viabilizando, assim, a proposta.
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"Esta decisão não tinha de ser tomada agora", alegou o deputado centrista João Almeida, num tom muito diferente dos ex-companheiros social-democratas de Governo, atribuindo a decisão do Banco de Portugal em vender o Banco Internacional do Funchal às notícias da TVI, há duas semanas, e que provocou a fuga de depósitos.
O voto contra do CDS junta-se aos já anunciados do PCP e do PEV.
Disse João Almeida que, mais uma vez, o PS volta a comportar-se neste caso da mesma forma como sucedeu no do BPN, então na gestão de José Sócrates, que "em primeiro lugar" colocou sobre os ombros "dos contribuintes" a solução. Para o centrista, a opção teria de ser idêntica à que o Governo de coligação PSD/CDS-PP teve em relação ao BES, em que o sistema financeiro foi chamado a assumir as suas responsabilidades.
PSD vai abster-se
Os social-democratas pediram 30 minutos de interrupção da sessão plenária, depois da discussão na generalidade, para debater a proposta do Governo PS. Na reunião, Pedro Passos Coelho sugeriu aos deputados que se abstivessem. Finda esta meia-hora, o PSD pediu mais 15 minutos.
O grupo parlamentar do PSD vai abster-se na votação, viabilizando, assim, a proposta que o Governo apresentou devido à situação da resolução do Banif, disseram à Lusa fontes sociais-democratas.
Lembre-se que o ex-primeiro-ministro e agora deputado Pedro Passos Coelho admitiu que se continuasse à frente do Governo a opção que tomaria não seria muito diferente daquela que é agora defendida pelo Executivo de António Costa.
A discussão e votação do retificativo foi agendada para esta quarta-feira depois do anúncio no domingo pelo Governo e o Banco de Portugal da venda do Banif ao Banco Santander Totta, por um valor de 150 milhões de euros, no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco cuja maioria do capital pertencia ao Estado português, de forma a impedir a sua liquidação, numa operação que envolve um apoio público estimado em 2255 milhões de euros.