Justiça

Violência e drogas: como é a prisão onde morreu João Rendeiro

João Rendeiro estava preso na África do Sul LUÍS MIGUEL FONSECA/LUSA

O ex-banqueiro João Rendeiro morreu, esta sexta-feira, na prisão de Westville, em Durban, que alberga cerca de 14 mil prisioneiros e que foi notícia várias vezes pela divulgação de vídeos de esfaqueamentos de guardas, lutas entre reclusos e consumo de drogas.

Detido a 11 de dezembro de 2021 na África do Sul, João Rendeiro foi transferido para a prisão de Westville a 13 de dezembro. Um dia depois, a advogada do ex-banqueiro disse que ia pedir transferência porque o fugitivo português tinha sido ameaçado de morte. "Vamos pedir a transferência", afirmou June Marks, acrescentando que "os outros prisioneiros ouvem as notícias na rádio".

Apesar dos pedidos, o juiz desvalorizou os pedidos da defesa e João Rendeiro continuou preso em Westville, onde foi encontrado morto esta manhã.

Violência e drogas

Em junho de 2019, a maior cadeira de Durban foi notícia na África do Sul após a publicação de dois vídeos que mostravam guardas a instigar prisioneiros a lutar entre eles, fornecendo-lhes material de segurança para se digladiarem; e outro em que se viam reclusos a consumir drogas às claras. Na resposta, o Departamento Correcional da África do Sul (DCS, na sigla original) ordenou uma rusga às instalações e encontrou objetos afiados, drogas, telemóveis e acessórios e ainda 25 litros de cerveja "caseira", feita na prisão por reclusos​.

Num outro caso mais recente, uma fotografia divulgada nas redes sociais mostrava dois guardas prisionais ensanguentados que terão sido esfaqueados por reclusos. O hospital recebeu seis pessoas para tratamento, os dois polícias, com ferimentos de arma branca no pescoço ou cabeça, e quatro prisioneiros, com múltiplas feridas no corpo.

A prisão de Westville, na província de KwaZulu-Natal, é uma das maiores da África do Sul. Em 2005 tinha mais de 40 mil prisioneiros. A população é diversa, desde crianças de 14 anos a idosos. Estima-se que haja cerca de 14 mil detidos na cadeia - uma sobrelotação de 140%, segundo dados de 2021, fornecidos pelo DCS ao site de notícias "Business Insider".

JN