Os clientes do Banco Privado Português (BPP) que foram lesados pela atuação da administração, então liderada João Rendeiro, acreditam que a herança do banqueiro é apenas uma bagatela para o montante da dívida que reclamam os lesados.
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Jaime Antunes, presidente da Associação Privado Clientes, que representa os lesados do BPP explicou ao JN que a morte de João Rendeiro não tem qualquer impacto para os associados.
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"O verdadeiro património de João Rendeiro não é conhecido e, de qualquer forma, não é automático que esse património reverta para os lesados. Será preciso uma decisão judicial nesse sentido", esclareceu Jaime Antunes que afirmou ainda: "seja como for, a herança será uma bagatela, porque o que é conhecido do património não é relevante".
Quando o BPP entrou em falência, os clientes reclamaram 1,6 mil milhões de euros e nesta altura ainda estarão em falta cerca de 800 milhões para devolver aos lesados, que culpam várias entidades pelo descalabro do Banco Privado.
"Já metemos processos contra o Estado, a Deloitte e o Banco de Portugal porque era as entidades responsáveis pela supervisão e nada fizeram para evitar o que aconteceu. O Estado emprestou 456 milhões de euros ao BPP e já recuperou 406 milhões e vai recuperar o resto. Com o BPP, o Estado perdeu zero, ao contrário dos lesados, disse Jaime Antunes, que também critica a comissão liquidatária do BPP.
"Pedimos ao Tribunal de Comércio a substituição da comissão liquidatária porque não cumprem com as suas funções. Ninguém sabe quantos clientes já receberam indemnizações, nem a comissão atualiza ou divulga essa lista. Custa 4 milhões de euros por ano e tem 28 funcionários a tempo inteiro, sem que se veja resultados.