A manifestação contra a forma de partilha dos royalties do petróleo no Brasil já começou no Rio de Janeiro, com milhares de pessoas, em ambiente de festa, a rodear os camiões de som que passavam música funk e samba.
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O governo do Estado decretou ponto facultativo para o funcionalismo público e fechou um acordo com as principais empresas de transporte para que as pessoas pudessem viajar de forma gratuita até ao local da concentração.
A estimativa aponta para que tenham vindo de municípios do interior do Estado para a cidade do Rio de Janeiro cerca de 10 mil pessoas.
Para que pessoas de outras cidades pudessem participar na manifestação foram ainda disponibilizados 350 autocarros, 200 deles das cidades de Macaé e Campos.
Os manifestantes fizeram camisolas com dizeres contrários ao projecto de lei que está em avaliação no Congresso Nacional e que poderá reduzir em vários milhões de reais o orçamento que o estado do Rio de Janeiro recebe pela exploração do petróleo no seu território.
"Justiça para quem produz", é a frase que se pode ler na camisola de um dos manifestantes da cidade de Campos, onde se localiza uma das maiores bacias de petróleo do país.
"Eu estou aqui mais por causa da nossa passagem - que lá em Campos custa 1,00 real. Eles [políticos] dizem que se o 'petróleo' acabar [se as participações nos royalties forem reduzidas] vão ter que fechar creches, escolas, posto médico, então como os pobres vão viver?", questiona em declarações à Lusa a dona de casa Maria da Conceição Pinto, que viajou quatro horas para participar na manifestação.
O protesto está concentrado no início da Avenida Rio Branco, uma das principais da cidade, provocando bloqueios no trânsito em todo a zona comercial e empresarial.
Algumas pessoas lançaram panfletos do alto dos prédios fazendo uma verdadeira chuva de papel.
O governador do Estado, Sérgio Cabral, e o prefeito Eduardo Paes ainda estão para chegar.
A marcha seguirá até ao final da avenida, atingindo a Praça da Cinelândia, tradicional palco de manifestações no Rio de Janeiro.