O ministro da Fazenda brasileiro, Guido Mantega, descartou na terça-feira a compra de títulos da dívida de países europeus pelo Brasil. "Acredito que os países europeus não precisam de ajuda no mercado da dívida", disse o ministro brasileiro.
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Para Mantega, os países europeus "conseguirão apresentar soluções pelos próprios meios".
"Além do Banco Central Europeu, eles possuem um fundo de estabilização financeira e governos poderosos, principalmente da França e da Alemanha, que podem agir", justificou o responsável.
Mantega declarou que uma eventual ajuda do Brasil poderá ocorrer através de reforços ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse apoio, no entanto, só será feito se o FMI não adiar o aumento das cotas dos países emergentes, previsto para o próximo ano, disse.
Em 2009, o Brasil comprometeu-se a emprestar 14 mil milhões de dólares das suas reservas internacionais ao FMI, dos quais cerca de 10 mil milhões de dólares já foram efectivamente transferidos.
Pelo acordo original, o Brasil poderia usar esses recursos para aumentar a cota no FMI. No entanto, caso seja aceite a proposta de adiar o aumento da cota, o país terá de desembolsar mais recursos em 2012 para aumentar o seu poder no organismo.
Entretanto, diplomatas europeus adiantaram hoje que a China pretende investir no Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF).
Os diplomatas falavam antes da cimeira de líderes europeus, hoje em Bruxelas, que deverá decidir o reforço do montante disponível no fundo de resgate.
O chefe do fundo de resgate da zona euro, Klaus Regling, visitará a China na próxima sexta-feira, tendo na agenda vários encontros com os investidores no fundo de resgate europeu, adiantou um porta-voz do FEEF.
Os líderes europeus pretendem hoje encontrar compromissos que permitam "salvar" a Grécia -- designadamente através de um perdão parcial, mas muito significativo, da sua dívida, no quadro de um segundo programa de ajuda -, proteger os bancos, por meio de um plano de recapitalização que poderá superar os 100 mil milhões de euros, e aumentar as "defesas" da zona euro, através do reforço da capacidade do fundo de resgate.