O maior jogador de futebol brasileiro de sempre, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, foi investigado pela polícia política da ditadura militar brasileira.
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Segundo o jornal "O Estado de São Paulo", a pasta com os dados sobre o jogador faz parte dos arquivos do extinto Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) da cidade de Santos, no litoral de São Paulo, que foram descobertos, por acaso, em Março do ano passado. Os documentos serão colocados a consulta a partir desta semana.
A investigação sobre Pelé teve origem num facto ocorrido em 21 de Outubro de 1970. Durante uma homenagem da própria polícia ao jogador de futebol, um funcionário público entregou-lhe uma cópia de um manifesto a favor do indulto a presos políticos.
Embora o ato fosse alheio à vontade de Pelé, que é a mais ilustre personagem da história de Santos, a polícia resolveu abrir a investigação.
No total, os arquivos de Santos contam com 45 mil fichas e 11666 prontuários. O material foi transferido para o Arquivo Público do Estado de São Paulo, recuperado e organizado.
Esses documentos ajudarão a clarificar o período da história do Brasil que vai de 1964 a 1985 e que ainda está repleto de segredos. Os registos revelam, por exemplo, que polícias ligados à repressão não aceitaram a abertura política e a amnistia nos anos 80 e continuaram a investigar pessoas consideradas de esquerda.
Segundo os arquivos, outros investigados pela ditadura foram o então bispo diocesano de Santos, Dom David Picão, e Mário Covas, político que governou São Paulo entre 1994 e 2001. A pasta com a ficha de Covas, entretanto, desapareceu.