Os estudantes que ocupam a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) terão de deixar o prédio esta segunda-feira até às 23.00 horas locais. Para os alunos, a manifestação é reflexo da falta de diálogo da reitoria com o movimento estudantil. Veja o vídeo.
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Alunos e professores membros da comissão de negociação vão reunir-se esta segunda-feira, às 14.30 horas locais (16.30 horas em Portugal), para decidir sobre a desocupação da reitoria, invadida pelos manifestantes na semana passada.
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O prazo para os alunos deixarem o prédio foi definido durante uma reunião de conciliação, que teve a presença de representantes dos estudantes e da instituição, no passado sábado, no Fórum Hely Lopes de Meirelles, em São Paulo.
Caso a reintegração de posse não aconteça no horário estabelecido (23.00 horas locais, 1.00 hora em Portugal), a USP notificará a Justiça, que determinará se haverá o uso de força policial ou não para a retirada dos alunos, avançou o portal "G1".
Antes de invadirem a reitoria, os estudantes ocuparam o o prédio da Administração da "Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas" como forma de protesto contra a prisão de três estudantes do curso de Geografia que foram apanhados a fumar marijuana dentro da Cidade Universitária, no passado dia 27 de Outubro.
Segundo o director do Directório Central dos Estudantes da USP (DCE-Livre USP), Thales Carpi, a ocupação da reitoria não foi decidida em nenhum fórum do movimento estudantil.
"Ao contrário da ocupação e da desocupação do prédio da FFLCH, o DCE-Livre da USP entende a ocupação da reitoria como uma manifestação ilegítima, que não representa o movimento estudantil", disse o director ao JN.
"A ocupação é um reflexo da falta de diálogo da reitoria com o movimento. Respeitamos o método dos lutadores, mas não compomos a ocupação. Temos uma atitude bem clara: apesar de tudo, manter diálogo com a ocupação, buscando saídas que não envolvam mais processos administrativos ou o uso da força policial para a reintegração de posse", acrescentou.
Os estudantes exigem o fim do convénio da reitoria com a Polícia Militar e a revisão dos processos administrativos abertos pela universidade contra estudantes e funcionários.
"Somos contrários a presença de uma força policial num ambiente universitário, onde deve prevalecer o diálogo e o livre-pensar. A Polícia Militar tem um histórico de criminalização da pobreza e repressão aos movimentos sociais", disse Thalis Carpi ao JN.
"Na Cidade Universitária, não é diferente: ela está lá para reprimir manifestações políticas e perseguir os frequentadores do campus sem motivo aparente", acrescentou.
Um outro grupo de alunos da USP, no entanto, convocou uma manifestação através das redes sociais, para apoiar a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária. O protesto contou com a participação de mais de 200 pessoas.