A vírgula é um sinal de pontuação que levanta sempre muitas dúvidas. Tal como os outros sinais de pontuação, para além de ser um sinal gráfico utilizado na escrita para representar alguns aspetos da entoação, também serve para delimitar constituintes da frase, para veicular valores discursivos ou para representar tipos de frase.
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Segundo o dicionário terminológico, "a vírgula é um sinal de pontuação utilizado em vários contextos, como, por exemplo, a intercalação de orações subordinadas adverbiais numa frase, a intercalação de um modificador entre um verbo e o seu complemento ou após um advérbio conectivo em início de período".
Sendo assim, especifiquemos os casos em que o emprego da vírgula é obrigatório:
Na frase ou oração intercalada: A minha irmã, disse ele, é professora.
Na frase ou oração subordinada adverbial (antes da subordinante ou intercalada nela): Quando os alunos pedem, a professora explica a matéria novamente; A professora explicou, quando os alunos pediram, esta matéria.
No nome do lugar e em datas: Porto, 29 de setembro de 2013.
Com advérbios conetivos - quando são precedidos de vírgula no início de uma frase ou oração: Utiliza a vírgula, porém fá-lo com correção.
Com advérbios conetivos - seguidos de vírgula no princípio da frase ou depois de um ponto e vírgula: Sabes esta matéria. Contudo, convém fazer uma revisão / Gostamos de português; porém, temos dificuldades.
Com advérbios conetivos - entre vírgulas depois de um termo da frase ou oração a que pertencem: Gosto de gramática. Prefiro, todavia, a leitura de poesia.
Nos elementos repetidos: Já te disse que não quero ir! Não, não e não!
Nos elementos de enumeração: A professora ensinou diferentes tipologias textuais: texto narrativo, texto poético, texto dramático.
Nas orações assindéticas: Na aula de português, fazemos várias atividades: lemos textos, escrevemos composições, fazemos exercícios de gramática.
Para além das situações em que o uso da vírgula é obrigatório, existem outras em que nunca se deve usar.
Assim, nunca se pode usar vírgula:
Entre o sujeito e o predicado: Eles, aprendem português*.
Entre o verbo e os seus complementos (direto, indireto e oblíquo): Ela ensina, português.* / Ela deu um livro, à irmã.* / Ela gosta, de livros*.
Além disso, não se pode usar apenas uma vírgula a separar um modificador do grupo verbal que apareça entre o sujeito e o predicado: A professora na aula, explica a matéria.* / A professora, na aula explica a matéria.*
* Frase agramatical
** Professora de Português e formadora do acordo ortográfico