É no Porto, onde nasceu, viveu e se assumiu referência cultural, que decorrerá o último adeus ao ator e encenador. O velório está marcado para esta quarta-feira, a partir das 16.30 horas, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa. O funeral realizar-se-á no mesmo local na quinta-feira.
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As cerimónias fúnebres do ator e encenador António Reis, que morreu ontem, 5 de abril, no Porto, têm início esta quarta-feira, na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, também na Invicta.
O funeral está marcado para quinta-feira, a partir das 15.30 horas, no mesmo local, seguindo-se o cortejo fúnebre para o Cemitério da Venerável Ordem da Lapa.
O corpo de António Reis estará, entre as 16.30 e as 20 horas desta quarta-feira, em câmara ardente na sala dos quadros da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, no Porto.
Cofundador da Seiva Trupe e do Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI), o artista morreu aos 77 anos, na sequência de doença prolongada, e a sua partida é notada por quem com ele trabalhou e cresceu nas tábuas.
"Ao seu nome ficam ligadas memórias e as raízes do teatro no Porto", sublinhou a Seiva Trupe, em comunicado, lamentando perder "um dos alicerces em que se fundou e cresceu nestes mais de 48 anos".
Foi nos anos 1960 que António Reis começou, num espetáculo de Joseph Kesserling, com o Grupo dos Modestos. Integrou em 1970 o Teatro Experimental do Porto. A Seiva Trupe nasceu em 1973 pela sua mão, em conjunto com Júlio Cardoso e Estrela Novais. Naquela companhia representou, encenou e foi ainda cenógrafo, diretor de produção e diretor de cena.
Ao longo da carreira somou muitos sucessos em palco e nos bastidores. Reis foi ainda um fundadores do FITEI -Festival de Teatro de Expressão Ibérica - e o seu papel no panorama cultural do país foi reconhecido pelo Governo português com o Grau de Comendador da Ordem do Infante Dom Henrique.
A par do teatro, fez cinema e televisão. Com Manoel de Oliveira, entrou em filmes como "Vale Abraão" (1992) e "Singularidades de uma rapariga loira" (2008).
O Boavista era outra das paixões assumidas. António Reis foi membro do Conselho Geral do clube axadrezado e, em sua honra, a bandeira no Estádio do Bessa está colocada a meia haste.